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CRÍTICA

A Lenda de Candyman atualiza original e usa terror para fazer sátira social

Divulgação/Universal

Yahya Abdul-Mateen II em A Lenda de Candyman

Yahya Abdul-Mateen II em A Lenda de Candyman; filme de terror já está disponível nos cinemas

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 26/8/2021 - 6h25

Mais novo projeto de terror que envolve Jordan Peele (dos celebrados Corra! e Nós), A Lenda de Candyman estreia nesta quinta-feira (26) com uma aula de como fazer reboot. O novo filme atualiza o material original para ressignificar a trama e ainda usa o terror para fazer uma sátira social.

Dirigido e coescrito por Nia DaCosta (Capitã Marvel 2), A Lenda de Candyman já era descrito por seus idealizadores como uma "sequência espiritual" do clássico de 1992. No longa, os eventos do original fazem parte do cânone e influenciam diretamente na trama reboot, mas a história do icônico vilão ganha maiores dimensões.

Para ressignificar Candyman sem deixar de homenageá-lo, DaCosta e Peele enraizaram as suas origens no terreno de um dos maiores problemas do mundo: o racismo. Se antes a lenda do personagem tinha ligações apenas sobrenaturais, no reboot ela é diretamente atrelada ao caos social.

A trama apresenta Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II), um pintor que há muito está sem inspiração. Ele mora com a namorada, Brianna (Teyonah Parris), uma curadora artística que sustenta a casa enquanto ele não volta a produzir.

DIVULGAÇÃO/UNIVERSAL

Teyonah Parris vive Brianna

Certa noite, eles recebem Troy (Nathan Stewart-Jarrett), irmão de Brianna, para conhecerem seu namorado. Durante o encontro, Troy decide contar uma antiga história de terror e resgata a lenda de Candyman para assustar os presentes.

O conto de Troy é a primeira referência do reboot ao original. Em vez de contar a história de origem apresentada em 1992, o irmão de Brianna relembra justamente os eventos envolvendo o vilão e Helen Lyle (Virginia Madsen), a protagonista de Candyman.

Para um mito permanecer vivo, é preciso falar sobre ele. Deste modo, Anthony se interessa pela lenda de Candyman e passa a pesquisar mais sobre a história do homem com um gancho no lugar da mão direita que carrega doces e mata todas as pessoas que dizem seu nome cinco vezes diante do espelho.

Para aprender mais sobre a lenda, Anthony retorna ao bairro Cabrini-Green, em Chicago, nos Estados Unidos. Antes uma região de conjuntos habitacionais para pessoas de baixa renda, o local está quase desabitado após sofrer com especulação mobiliária e o descaso dos governantes. Foi lá que, em 1992, Candyman e Helen tiveram o seu encontro final.

DIVULGAÇÃO/UNIVERSAL

Anthony fica obcecado por Candyman

Lá, o protagonista conhece William (Colman Domingo), antigo morador do bairro e que, em sua infância, também teve uma experiência com o vilão. Conforme Anthony se aprofunda na lenda urbana de Candyman e corpos começam a deixar rastros de sangue no chão, ele percebe que o seu projeto resgatou forças ocultas há muito perdidas. 

Habitado pela população negra, o Cabrini-Green representa a violência policial e o preconceito racial sofrida por seus moradores. Para não sofrerem mais represálias da polícia, todos justificam os horrores pelos quais passaram com a lenda de Candyman.

Na visão criada por DaCosta, o vilão já foi vítima. Candyman ganha camadas ausentes do filme original, mas que agora dão uma representatividade ainda maior para a sua lenda. Conforme se encaminha para o final, o reboot faz valer o seu lugar na prateleira ao lado de recentes sucessos como Nós (2019), Corra! (2017) e O Homem Invisível (2020).

Candyman não é particularmente assustador, mas é arrepiante porque os horrores que ele busca abordar são muito mais reais do que um fantasma envolvido por abelhas e com um gancho na mão. A lenda e o legado do filme original ganharam um novo significado --e para melhor.

Assista ao trailer de A Lenda de Candyman:


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