ESQUADRÃO 6
Fotos: Divulgação/Netflix
Carros são arremessados no ar durante perseguição em alta velocidade no filme Esquadrão 6, da Netflix
LUCIANO GUARALDO
Publicado em 15/12/2019 - 5h52
Em jornada para fazer jus ao título (autodeclarado) de "nova casa do cinema", a Netflix tem investido pesado em filmes variados. Neste fim de ano, a plataforma lançou longas de olho no circuito de premiações, como História de um Casamento e O Irlandês, mas também programou Esquadrão 6, uma aventura repleta de explosões, carros acelerados e humor fora de hora --ou seja, a versão para o streaming de Velozes e Furiosos.
A direção do filme, que chegou ao serviço na sexta-feira (13), ficou a cargo de Michael Bay, cineasta conhecido por filmes de ação ininterrupta e com uma detonação atrás da outra. São deles superproduções como Armageddon (1998), Pearl Harbor (2001) e os cinco filmes da franquia Transformers.
Agora na Netflix, Bay pega sua fórmula de sucesso e a aperfeiçoa com muitos palavrões e cenas sanguinolentas ao extremo --itens que fariam a classificação indicativa das obras disparar caso chegassem ao cinema. Mas, na essência, o diretor não tenta reinventar a roda e entrega em Esquadrão 6 aquilo que o público espera.
"É o filme mais Michael Bay da carreira de Michael Bay", resume aos risos o galã Ryan Reynolds, protagonista do longa, em conversa com o Notícias da TV. Ciente do toque de Midas do diretor, o ator adianta que está mais do que preparado para ser astro de uma nova franquia de ação --na mesma linha da série de carros tunados que tem Vin Diesel, The Rock e Michelle Rodriguez em papéis de destaque.
A história de Esquadrão 6 pouco importa, já que os espectadores querem mesmo é ver de quantas maneiras um carro e uma cabeça humana podem explodir. Mas, para quem quer se ater à trama, o longa gira em torno do personagem de Reynolds, chamado apenas de Um, sujeito que fez fortuna com tecnologia mas descobriu da pior forma que burocracia e política impedem até endinheirados de fazerem o bem.
Ele decide, então, viver fora do sistema e construir um mundo melhor agindo por conta própria. Forja sua morte e monta um time com mais cinco pessoas, cada um com uma especialidade, para tentar derrubar um ditador do Oriente Médio.
Os heróis de Esquadrão 6: Hawkins (à esq.), Arjona, Hardy, Reynolds, Laurent e Garcia-Rulfo
Compõem o esquadrão: a ex-agente da CIA Dois (Mélanie Laurent), o assassino de aluguel Três (Manuel Garcia-Rulfo), o atleta de parkour Quatro (Ben Hardy), a médica Cinco (Adria Arjona) e o ex-militar Sete (Corey Hawkins), novato na equipe --os roteiristas estão tão cientes de que seus personagens são estereótipos de filmes de ação que nem se preocupam em dar nomes para eles.
Um dos pontos altos de Esquadrão 6 é que o filme, aparentemente, não se leva a sério. As piadas soltas pelo personagem de Ryan Reynolds são tão aleatórias que parecem sair da boca do anti-herói Deadpool (também interpretado pelo galã).
E há momentos absolutamente surreais, como uma perseguição em alta velocidade pelas ruas de Florença, na Itália, que subitamente passa a ser exibida em câmera lenta quando o carro dos mocinhos precisa desviar de um bebê e de um cãozinho.
O filme custou cerca de US$ 150 milhões (R$ 616 milhões) para ser produzido. É praticamente o mesmo valor que a Netflix investiu no épico O Irlandês, que tem três horas e meia de duração e está entre os favoritos do Oscar 2020. Esquadrão 6, é claro, não pretende levar nenhuma estatueta para casa, mas vai entreter o público que quer um longa despretensioso, com muita ação e pouco tempo para pensar.
Confira o trailer do longa estrelado por Ryan Reynolds na Netflix:
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