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ESTREIA DA NETFLIX

Em Enola Holmes, estrela de Stranger Things vive versão feminista de Sherlock

Divulgação/Netflix

Millie Bobby Brown e Henry Cavill conversam em cena de Enola Holmes (2020)

Os atores Millie Bobby Brown e Henry Cavill em cena de Enola Holmes, novo filme da Netflix

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 23/9/2020 - 7h00

Depois de se tornar estrela como a Eleven de Stranger Things, Millie Bobby Brown ganhou a sua primeira protagonista de filme também pela Netflix. Em Enola Holmes (2020), ela vive a astuta irmã caçula de Sherlock, uma versão adolescente e feminista do detetive mais famoso do mundo.

O longa é uma adaptação de Enola Holmes: O Caso do Marquês Desaparecido (2006), escrito por Nancy Springer e parte de uma série de livros focada na jovem, personagem que não faz parte do cânone da obra de Arthur Conan Doyle (1859-1930), criador das aventuras de Sherlock.

Na trama, situada nos anos 1880, Enola foi criada praticamente sozinha pela mãe (Helena Bonham Carter) após a morte do pai e a mudança dos irmãos mais velhos Mycroft (Sam Claflin) e Sherlock (Henry Cavill) para Londres.

Diferentemente das outras garotas da época, a jovem não teve uma educação baseada no tradicionalismo britânico. Em vez de regras de etiqueta, costura e cozinha, sua mãe a ensinou a lutar, ler clássicos da literatura, pintar e resolver enigmas e charadas. Enola cresceu para se tornar uma sobrevivente.

Sua vida muda quando sua mãe desaparece no dia de seu aniversário de 16 anos. Inconformada com o sumiço, ela pede a ajuda dos irmãos, em especial de Sherlock, para resolver o mistério. Após a recusa dos dois, Enola se vê obrigada a sair pelo mundo sozinha para descobrir o que de fato aconteceu.

É no momento que começa a jornada de Enola que o filme dirigido por Harry Bradbeer revela o grande enfoque de sua narrativa. Em uma época em que o conservadorismo imperava na sociedade, as mulheres ainda lutavam pelo seu direito de votar. Progressistas como a Sra. Holmes eram consideradas rebeldes, e a personagem de Millie finalmente entende o motivo de ter sido criada daquela maneira.

Para viver do seu jeito, Enola precisa driblar o conservadorismo, muito bem representado nas atitudes de Mycroft. O irmão não chega a ser um vilão, mas fica explícito que sua forma de pensar e agir são apresentadas como antiquadas e incorretas.

Como Millie é o fio condutor da história, é natural que o Sherlock de Cavill tenha menos destaque, mas a produção lhe reserva um papel interessante. Muitas vezes representado como o herói, aqui o detetive também é fruto do machismo da época. Ele pode não ser radical como Mycroft, mas pouco faz para mudar o status quo que tanto lhe dá privilégios.

O roteiro escrito por Jack Thorne, então, o coloca na mesma posição de muitos de seus espectadores. É através da visão feminista de Enola que ele aprende como o mundo deve se moldar, e a partir daí consegue se tornar o exemplo que a irmã sempre esperou que ele fosse.

Mistério para crianças

Pensando que o nome de Millie Bobby Brown pudesse trazer grande parte dos fãs mais jovens de Stranger Things, o filme não faz questão de construir mistérios muito elaborados para Enola e Sherlock decifrarem.

Mesmo com a falta de desenvolvimento do suspense, é interessante acompanhar a investigação da jovem para entender o que fez o jovem marquês Tewksbury (Louis Partridge) fugir de sua vida de riqueza.

Muito desse interesse se escora no talento de Millie, que praticamente carrega o filme nas costas com o seu carisma enquanto quebra a quarta parede para conversar com o espectador. Caso a resposta dos fãs seja positiva, será uma recompensa pelo esforço da atriz, que se dedicou ao ponto de gravar suas cenas de lutas sem a utilização de uma dublê.

Confira o trailer dublado de Enola Holmes:


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