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DILEMAS HUMANOS

De elenco estelar a quem matou?: Cinco motivos para ver Capital Humano na TNT

Fotos: Divulgação/TNT

Montagem com fotos dos atores Liev Schreiber, Marisa Tomei e Maya Hawke no filme Capital Humano

Liev Schreiber, Marisa Tomei e Maya Hawke estão no elenco de Capital Humano, filme da TNT

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 18/12/2020 - 6h50

Com um elenco estelar, liderado por Marisa Tomei (vencedora do Oscar) e Liev Schreiber (indicado a seis Emmys e seis Globos de Ouro), Capital Humano promove uma análise dramática das relações humanas e de como o dinheiro e o poder revelam o pior de cada um. Com direito a "quem matou?" e muitas reviravoltas, o filme estreia na TNT nesta sexta (18) após ter seu lançamento cancelado no cinema por causa da pandemia de coronavírus.

O longa gira em torno de três famílias de posições sociais diferentes. Quint (Peter Saarsgard) e Carrie Manning (Marisa Tomei) são podres de ricos: ele trabalha com investimentos financeiros; ela, uma atriz aposentada, busca passatempos para se entreter. Já Drew Hagel (Liev Schreiber) é um corretor de imóveis de classe média que deseja ganhar dinheiro para dar uma vida melhor à mulher, Ronnie (Betty Gabriel). E Ian Warfield (Alex Wolff) é um jovem pobre considerado perigoso pelos colegas de escola e rejeitado pelos pais.

As histórias se cruzam quando a filha de Drew, Shannon (Maya Hawke, de Stranger Things), e o herdeiro dos Manning, Jamie (Fred Hechinger), engatam um namoro, ao mesmo tempo em que a jovem desenvolve uma improvável amizade com Ian. Todos escondem segredos que, quando vierem à tona, podem mudar para sempre os laços familiares e a visão da sociedade.

Confira cinco motivos para assistir a Capital Humano:

1) Narrativa cheia de suspense

Baseado no livro homônimo de Stephen Amidon, o filme tem uma narrativa que foge da linearidade e fica indo e voltando nos mesmos acontecimentos, cada vez revelando um ponto de vista diferente --como se fossem capítulos contados por narradores distintos. Assim, o acidente fatal de trânsito que dá o pontapé na história tem várias reviravoltas até que o culpado é revelado.

As idas e vindas na linha temporal também ajudam a construir suspenses menores na trama. Por que um casal briga durante uma festa chique? Que segredos Carrie esconde de Quint (e vice-versa)? Qual é a notícia de Ronnie que leva Drew a tomar uma atitude drástica? Tudo isso deixa o público com a pulga atrás da orelha e, a cada novo ponto de vista, mais dúvidas surgem.

2) Diálogos que importam

Sem a pretensão de fazerem um blockbuster de super-herói, o roteirista Oren Moverman e o diretor Marc Meyers se dedicam a cada personagem com atenção. Toda frase importa, e os raros silêncios também não estão ali por acaso. "Os diálogos de Oren não são mesquinhos. Você tem dois personagens 'só' conversando em uma lanchonete, mas ele consegue achar uma poesia nisso", valoriza Meyers ao Notícias da TV.

Alex Wolff descreve as conversas do filme como operáticas. "Às vezes, você assiste a um filme independente e nada acontece, os personagens só falam 'hey' e ficam em silêncio para parecerem cult. A vida não é assim. Todos os romances que já tive foram lá no alto, exagerados, nada contidos. O nosso longa parece íntimo, pequeno, mas os diálogos são grandiosos", diz.

O intérprete de Ian ainda alega que essa pegada de dramalhão deve fazer sucesso com os brasileiros. "Tem um pouco de melodrama, é diferente da maioria dos longas que abordam classe social. Quase não parece americano, eu sinto que é um pouco latino, leva a tragédia muito a sério. A América Latina é ótima para histórias assim, exageradas, muito mais saborosas. O cinema dos Estados Unidos geralmente é cínico, mas no filme nós não temos medo do drama."

3) Personagens sem maniqueísmo

Não há mocinhos ou vilões em Capital Humano. A frase parece digna da novela Amor de Mãe, mas de fato se sustenta em uma narrativa de pouco mais de uma hora e meia. Cada personagem tem defeitos e qualidades: o rico corrupto faz tudo por amor, e o herói batalhador é capaz de leiloar a própria integridade. E todos, sem exceção, escondem segredos a sete chaves.

Alex Wolff vive o jovem Ian em Capital Humano

"É legal poder navegar entre o lado bom e o ruim, às vezes na mesma cena. Mostrar que todos têm falhas que podem ser exploradas. Isso torna o filme imprevisível e também mais identificável. No fim das contas, é uma história sobre empatia. O que se vê pela janela é bem diferente da realidade quando você chega mais perto", define Marc Meyers.

"Acho que você não tem muito para onde correr em um filme que tem assassinato, poder, roubo... Como fazer alguém capaz de tudo isso ainda ser apreciado? O mérito nessa construção é todo de Marc. A história tem muitas nuances, levanta algumas discussões, e acho que o público vai perceber que não há uma resposta certa", completa Alex Wolff.

4) Relação com a pandemia

Apesar de ter sido filmado antes da pandemia do novo coronavírus, com o roteiro baseado em um livro publicado em 2004, Capital Humano é tão atual que é possível fazer uma ligação entre a história e o momento único que o mundo atravessa em 2020.

"Em sua essência, o filme fala sobre a quebra de uma comunidade. E isso aconteceu conosco agora, tivemos que nos fechar em casa. Enquanto eu dirigia, tudo o que eu pensava era que cada personagem buscou uma maneira de se preservar desse acidente. Todos estão dispostos a sacrificar algo pela família ou por eles mesmos. E é isso que estamos vivendo, estamos todos fechados pelo bem dos nossos entes", compara Marc.

5) Maya Hawke e Alex Wolff

Em meio a veteranos premiados, os atores jovens se destacam ao construírem os personagens mais complexos e interessantes do longa. Maya Hawke, que brilhou como a Robin em Stranger Things, mostra que herdou o talento e o carisma dos pais, Uma Thurman e Ethan Hawke, com uma personagem que toma decisões completamente erradas, mas nunca perde o afeto do público.

Já Alex Wolff demora a entrar em cena, mas rouba o filme para si assim que aparece. Ele, aliás, foi o primeiro ator para quem Marc Meyers mandou o roteiro de Capital Humano. "Na mesma noite, eu já aceitei. Adorei o texto de Oren, e achei interessante como Ian foi escrito. Ele é meio que um armador, está sempre sentindo a energia dos outros e tentando repetir aquilo."

O ator de 23 anos confessa ainda que sentiu um certo poder ao interpretar um tipo calado. "As pessoas até se frustravam comigo, porque eu não falava nada nos bastidores. O filme me ensinou muito sobre o quanto as pessoas quietas não são nada passivas, é um esforço consciente. Elas fazem muito sem fazer quase nada. Eu acabei viciado nessa sensação, todos nós temos a capacidade de deixar os outros desconfortáveis com a nossa quietude", filosofa. 

Confira o teaser de Capital Humano, que a TNT exibe nesta sexta (18), às 22h30:


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