Coadjuvante no Oscar 2021, Druk: Mais Uma Rodada tenta repetir feito de Parasita

Druk: Mais uma Rodada (2020), filme estrelado por Mads Mikkelsen (Hannibal) e indicado a duas categorias no Oscar 2021, pode repetir um dos feitos conquistados por Parasita (2019), o grande vencedor e destaque da edição do ano passado.

As duas categorias em que o filme dinamarquês recebeu indicações são as de melhor diretor e melhor filme internacional. Em 2020, essas estatuetas foram entregues a Parasita, com o diretor Bong Joon Ho também recebendo por melhor filme e melhor roteiro original.

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Repetir o feito, no entanto, será uma tarefa difícil. Thomas Vinterberg, diretor do longa, surge como coadjuvante entre os favoritos da edição deste ano para receber a estatueta de melhor direção. Chloé Zhao, que comandou a sensação Nomadland (2020), lidera as apostas e foi consagrada em outras premiações da temporada.

Caso o filme de Vinterberg leve os dois prêmios, ele se junta a uma lista que ainda conta com Roma (2018), filme da Netflix dirigido por Alfonso Cuarón. Em 2019, o longa mexicano era o grande favorito da noite e levou as estatuetas de filme internacional e melhor direção. A de melhor filme, no entanto, acabou ficando com Green Book: O Guia (2018).

Na categoria de melhor filme internacional, Druk: Mais uma Rodada apresenta mais chances de sair como o vencedor da noite. O longa levou o Bafta 2021 de melhor filme de língua não inglesa, e também esteve entre os indicados ao Globo de Ouro e ao Spirit Awards --o segundo premia os filmes do chamado cinema independente (sem grandes investimentos), mas consagrou outro indicado ao Oscar: Quo Vadis, Aida (2020), da Bósnia.

DIVULGAÇÃO/SYNAPSE

Os protagonistas Peter, Martin, Tommy e Nikolaj

Consagração de professores bêbados

Drunk: Mais Uma Rodada conta a história de quatro amigos de meia-idade e professores do ensino médio que decidem realizar um experimento de passar grande parte de seus dias alcoolizados.

Descrito como uma tragicomédia, o longa traz Mikkelsen na pele de Martin, um professor de História que há muito tempo perdeu o tesão em sua vida. Passando por uma crise existencial, ele não consegue convencer nem seus alunos nem sua mulher, Anika (Maria Bonnevie).

Durante um jantar para comemorar o aniversário de 40 anos de Nikolaj (Magnus Millang), um de seus amigos lembra que o filósofo e psiquiatra norueguês Finn Skarderud sugere que o ser humano nasce com um déficit de 0,05% de álcool no sangue. O pensador afirma que, com essa quantidade, as pessoas seriam mais relaxadas.

O quarteto formado por Martin, Nikolaj, Tommy (Thomas Bo Larsen) e Peter (Lars Ranthe) decide, então, fazer um estudo psicológico e colocar à prova as ideias do filósofo. Todos os dias, após o café da manhã e antes do trabalho, eles bebem doses de álcool para atingir os tais 0,05%.

Pela trama inusitada, Druk: Mais Uma Rodada é um filme atrativo. Para quem está acostumado à vida noturna e a beber em sociedade, os resultados da "pesquisa" dos amigos se tornam interessantes e um tanto cômicos. A crise existencial do quarteto passa a ganhar tons mais claros regados a vodka e a uísque, e o aproveitamento dos quatro melhora consideravelmente.

Vinterberg, porém, não esquece que álcool é uma droga viciante, e também introduz os malefícios (sociais e profissionais) que o tal experimento causa na vida dos protagonistas.

Larsen, Ranthe e Millang são todos fantásticos, mas o filme é, de fato, um show de Mikkelsen. No final, Druk prova ser mais do que uma brincadeira em que professores buscam um novo significado para suas vidas estando embriagados.

É um filme sobre se acostumar com a vida adulta, a mudança de seus sonhos e se conformar com o envelhecimento. A tragédia da vida real relatada em uma comédia que, para todos os efeitos, convence ao causar risos e tristeza.

Assista abaixo ao trailer legendado de Druk: Mais Uma Rodada: