Carol Castro reforça necessidade de mostrar abusos em filme: 'Tapa na cara'

Em alta na TV e no streaming, Carol Castro voltou a ter destaque nos cinemas em Ninguém É de Ninguém (2023), longa que estreou nos cinemas na última quinta (20). Na trama, ela dá vida a uma personagem que sofre com violência doméstica e abuso por causa do ciúme do marido.

O filme conta a história de Gabriela (Carol), mulher que enfrenta uma relação abusiva quando o marido Roberto (Danton Mello) perde o emprego e cria uma obsessão de que ela está o traindo com o chefe. O ciúme doentio o leva a persegui-la e atrapalhar sua vida profissional.

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Dirigido por Wagner de Assis (Nosso Lar), Ninguém É de Ninguém é um filme bastante gráfico. Em várias cenas, Gabriela sofre com a revolta e a violência de Roberto, que usa força e poder de persuasão para fazer com que a mulher seja submissa e fique em casa apenas para cuidar dele.

Apesar de relacionamentos tóxicos e violência doméstica não serem assuntos novos no audiovisual, ainda são problemas muito atuais no Brasil e no mundo. Por este motivo, Carol Castro considera necessário que obras como Ninguém É de Ninguém continuem a denunciar estes crimes à sociedade.

"Nós mostramos a realidade. Eu acho que é um tapa na cara e um soco no estômago mesmo, e as pessoas se chacoalham ao assistir a este tipo de cena", explicou Carol em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

Apesar de serem os protagonistas de Ninguém É de Ninguém, Roberto e Gabriela não são os únicos a viverem um relacionamento tóxico na trama. O longa também introduz Renato (Rocco Pitanga) e Gioconda (Paloma Bernardi), cônjuges que sofrem pelo ciúme da mulher e que acabam se envolvendo diretamente com os problemas do casal principal.

"As pessoas entendem a verdade quando a veem nua e crua. A partir daí, com essa potência que o filme tem, nós podemos observar nos pequenos detalhes onde nós precisamos nos transformar e aquilo que não podemos deixar que façam com a gente", completou Paloma.

"Às vezes a gente se pega tendo uma crise de ciúme possessivo, e são apenas coisas que acontecem no dia a dia. Isso pode virar uma bola de neve e destruir a vida de qualquer ser humano. Então a gente vê até que ponto um homem pode chegar, seja em relação à sua mulher, namorada ou funcionária. A cabeça do ser humano é o pior inimigo de todos."

Divulgação/Cinética Filmes

Paloma Bernardi como Gioconda

Desgaste da personagem

Assim como Danton Mello sofreu para dar vida a um marido tóxico, Carol Castro também precisou se cuidar para interpretar uma vítima de relacionamento abusivo. Além de se identificar com algumas situações pelas quais Gabriela passa no longa, ela confessou ter tido a necessidade de relaxar todos os dias após as filmagens de Ninguém É de Ninguém.

"O corpo do ator é um instrumento, né? Então não tem como, a gente sente. Muitas vezes no fim do dia eu tinha muita dor de cabeça, um desgaste emocional dessa personagem. Às vezes até uma coisa física de alguma cena específica, quando o ombro quase vem parar na orelha, ou uma mais tensa que envolvia respiração e concentração", compartilhou a atriz de 39 anos.

Segundo Paloma, era necessário tirar a energia negativa de seu corpo após um dia de trabalho no set. Ciente disso, o diretor Wagner de Assistir fazia trabalhos diários para melhor o clima de sua equipe antes de começar a gravar uma cena considerada mais pesada.

"Outro dia nós estávamos comentando sobre como a nossa equipe era unida. O Wagner fez questão de começar o nosso set de filmagem com música, oração, poema e palavras bacanas de incentivo. Então o set era leve para que a gente pudesse ter espaço, silêncio e concentração pra viver essa cenas tensas. E a qualquer momento tinha a nossa diretora de fotografia ou alguém da equipe para nos dar apoio ou pegar uma água", concluiu.

Assista ao trailer de Ninguém É de Ninguém: