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RESULTADO SURPREENDENTE

Sem gravações e com demissões, Globo lucra R$ 560 milhões na pandemia

ESTEVAM AVELLAR/TV GLOBO

Regina Casé e Taís Araujo estão no cenário de Amor de Mãe, observadas por um operador de câmera e um assistente

Regina Casé e Taís Araujo em gravação de Amor de Mãe antes da pandemia: custos caíram com pausa

DANIEL CASTRO e LUCIANO GUARALDO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 2/9/2020 - 7h10

Forçada a paralisar as gravações de suas novelas e de boa parte dos programas de entretenimento por causa da pandemia do novo coronavírus, a Globo lucrou R$ 560 milhões no segundo trimestre de 2020, divulgou a emissora internamente ontem (1º). O resultado surpreendente é consequência da redução nos custos de produção, pelo simples fato de não estar produzindo, e da política de corte de profissionais, com a dispensa de figurões como Miguel Falabella.

A Globo viu seu lucro disparar 215% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre abril e junho de 2019, sem coronavírus e com suas equipes a todo vapor, a emissora teve saldo positivo de "apenas" R$ 178 milhões. No ano passado inteiro, o lucro da Globo (incluindo Globosat e Som Livre) foi de R$ 753 milhões.

Os números foram divulgados pelo presidente-executivo do conselho administrativo da Globo, Jorge Nóbrega, em um comunicado com os resultados financeiros do período nesta terça-feira (1º).

Na mensagem a funcionários do alto escalão da Globo, à qual o Notícias da TV teve acesso com exclusividade, o executivo declara que a empresa deseja manter a transparência com seus colaboradores a fim de criar "uma relação de confiança e de engajamento". Segundo a emissora, esta não é a primeira vez que o informe é distribuído.

É evidente que, com a economia em crise, nem tudo foi positivo para a Globo. Sua receita caiu em mais de R$ 1 bilhão no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado. A empresa faturou R$ 2,545 bilhões entre abril e junho de 2020, contra R$ 3,570 bilhões em 2019 --uma queda de 29%. Esses dados incluem Globo, canais pagos como GloboNews e SporTV e Globoplay, entre outras operações.

"O período representou o ápice da pandemia do novo coronavírus no Brasil, afetando diretamentre a economia do país e comprometendo ainda mais as atividades das empresas. Aqui na Globo, vivenciamos esse impacto de forma expressiva, que afetou significativamente nossas receitas com a redução de campanhas e anúncios, além do cancelamento de eventos esportivos", informa Nóbrega no balanço.

"Essa redução [no faturamento líquido] é explicada principalmente pela queda das receitas publicitárias no período, fruto da retração das atividades dos nossos anunciantes causada pela pandemia", continua o executivo.

Mas, com um encolhimento bilionário no faturamento, como a Globo conseguiu lucrar mais de meio bilhão? Enxugando ainda mais as despesas. A planilha entregue aos colaboradores indica que a emissora gastou R$ 1,985 bilhão no segundo trimestre, 41% a menos do que os R$ 3,392 bilhões do mesmo período do ano passado. Parte dessa redução é atribuída ao projeto Uma Só Globo, que integra as várias empresas do Grupo Globo e elimina profissionais considerados redundantes.

O Globoplay, que lançou no período novas temporadas de Handmaid's Tale e The Good Doctor e passou a disponibilizar novelas antigas em seu catálogo, também teve bons resultados no trimestre: sua base de assinantes cresceu 146% e sua receita aumentou 173% em relação aos mesmos três meses do ano anterior. E o que essa porcentagem significa em números brutos? Isso a Globo (ainda) não mostra, mas estima-se que sejam algo entre 2 milhões e 2,5 milhões de assinantes.


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