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Globo anuncia divisão de lucro com funcionários, mas prevê 2024 'desafiador'

Divulgação/Paris 2024

Atletas fazem demonstração de break em rua de Paris; na imagem, um jovem está de ponta-cabeça, enquanto os outros observam

Demonstração em rua de Paris de break, que estreia nos Jogos de 2024; Globo prevê prejuízo com evento

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 7/12/2023 - 6h30

Em live de final de ano transmitida aos funcionários, o presidente da Globo, Paulo Marinho, anunciou nesta quarta-feira (6) que a emissora fechará 2023 no azul, depois de três anos sofridos. Ele afirmou que haverá pagamento de PLR (Participação em Lucros e Resultados), mas as perspectivas para 2024 não são tão animadoras.

A Globo prevê prejuízo com a Olimpíada de Paris. O aumento dos custos com direitos esportivos tem impedido que eventos como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo sejam lucrativos. Valem a pena pela audiência e pela alavancagem da programação, mas as vendas publicitárias já não pagam as contas.

No evento online, Marinho não fez projeções de crescimento nem apresentou números para 2024. Disse que vai ser um ano "desafiador" e que eventos esportivos (além da Olimpíada, haverá Copa América e Eurocopa) serão um motor de audiência, mas não financeiro. O principal executivo da Globo também afirmou estar empolgado com Renascer, que gostou muito de cenas que viu.

Entrevistado pela jornalista Maria Beltrão, apresentadora do É de Casa, Marinho informou que as receitas do Globoplay vão crescer 20% em 2023 e que o número de assinantes do Premiere no digital já é 50% do total. Em outras palavras, metade da clientela que paga para ver jogos de futebol contrata o serviço diretamente com a Globo, e não mais com operadoras de TV paga.

O crescimento do Globoplay e do Premiere é importante para a Globo para compensar as perdas com a TV por assinatura, que vem perdendo base e reduzindo o valor que paga pelo conteúdo dos canais.

Mas ainda não é suficiente, de acordo com dados divulgados na semana passada em carta assinada por Paulo Marinho, publicada em primeira mão pelo Notícias da TV. Nos nove primeiros meses deste ano, as receitas com venda de conteúdo, programação e assinatura caiu 5% em relação ao mesmo período de 2022.

Até setembro, a Globo havia faturado R$ 11,09 bilhões, um crescimento de 4% sobre os primeiros meses do ano passado. A alta foi impulsionada pelas receitas com publicidade, que representam 62% do total e cresceram 8%.

O Ebtida (lucro antes de impostos, amortização e depreciação) foi de R$ 753 milhões até setembro, 24% a mais que em 2022, graças a uma política austera de controle de custos.

Com os resultados positivos, a Globo deve ter o melhor ano desde o início da pandemia, em 2020. No ano passado, só não teve prejuízo graças aos resultados com operações financeiras e com a venda da gravadora Som Livre. Em 2021, o balanço da empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 171 milhões.

Na live, Marinho afirmou ainda que a empresa tem o que chamou de "desafios de relacionamento" e que vai se dedicar mais a isso em 2024. Segundo uma fonte, ele se referia a questões motivacionais e quer maior colaboração das equipes.


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