DEIXOU A GLOBO
Divulgação/CNN Brasil
Douglas Tavolaro, CEO da CNN Brasil, e Monalisa Perrone posam durante assinatura de contrato
O contrato de quatro anos que Monalisa Perrone assinou com a CNN Brasil contém uma condição que prevê que a jornalista, em hipótese alguma, irá trabalhar entre meia-noite e 8h. A cláusula antimadrugada foi uma exigência da ex-apresentadora do Hora 1, que pediu demissão da Globo na última terça-feira (3) após passar os últimos cinco anos começando a trabalhar por volta da 1h.
Monalisa nunca reclamou do horário ingrato, mas detestava a rotina de estar na cama às 17h para se levantar às 23h, o que afetava sua vida pessoal. Aos amigos, ela comentava sobre o quão difícil era "estar plena" às 4h, horário em que o Hora 1 entra no ar.
Ao se despedir de colegas na Globo, a jornalista confessou que saiu da emissora porque não tinha como dizer não à proposta da CNN Brasil, com um "pacotão" de vantagens. O salário é maior, ela será apresentadora de um telejornal no horário nobre e estará associada a uma marca que é grife de jornalismo no mundo todo. Além disso, vai passar os próximos meses descansando --e ganhando integralmente.
Monalisa já estava fechada com a CNN quando entrou na sala de Cristina Piasentini, diretora de Jornalismo da Globo em São Paulo, por volta das 8h da manhã de terça. O Notícias da TV apurou que o encontro foi tenso, que a Globo tentou demovê-la da ideia e não aceitou sua carta de demissão.
Os executivos da emissora chegaram a cobrir o salário oferecido pela CNN Brasil, desde que ela continuasse no Hora 1 (e de madrugada), e falaram da possibilidade de abrir espaço para ela na área de Entretenimento. Mas Monalisa estava decidida. Não entraria em um leilão.
Ontem (5), a jornalista teve seu primeiro dia totalmente dedicado à nova emissora. Esteve em Brasília gravando chamadas e pílulas que a CNN Brasil deve publicar nas redes sociais. A casa mudou, mas algumas imposições, como a mordaça, não. Assim como na Globo, Monalisa não pode dar entrevistas sem autorização.
Inicialmente prometida para estrear neste mês, a CNN Brasil só deve começar a operar no início de 2020. Segundo fontes do Notícias da TV, equipamentos importados estão atrasados e ainda terão de ser nacionalizados.
O canal vai funcionar em edifício na avenida Paulista, com vista para o prédio da Fiesp, local de manifestações em São Paulo. A reforma está prevista para terminar em outubro. Os equipamentos disponíveis serão instalados até novembro.
A CNN Brasil diz que sua estreia continua "prevista para os últimos meses de 2019". "Por prudência, ainda não fixamos uma data, pois dependemos do retorno da nacionalização dos equipamentos fabricados no exterior. É natural este clima no mercado, mas nosso maior objetivo é entregar um produto de qualidade", disse Douglas Tavolaro, CEO do canal, em nota ao Notícias da TV.
A CNN brasileira terá 18 horas de transmissões ao vivo e empregará cerca de 400 jornalistas. Além de Monalisa Perrone, já contratou Evaristo Costa e William Waack e o ex-"casal 20" da Globo, Phelipe Siani e Mari Palma.
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