REGULAMENTAÇÃO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Mateus Solano no É de Casa deste sábado (10); ele comentou uso indevido de sua imagem nas redes
Mateus Solano foi ao É de Casa para comentar as principais celebrações de Carnaval no país, mas acabou abordando um assunto mais sério. O ator fez um alerta sobre a seriedade das deepfakes --método em que a inteligência artificial é usada para combinar, fundir ou modificar áudios e imagens de uma pessoa para criar arquivos falsos. Nesse tipo de conteúdo, celebridades --como atores, apresentadores e políticos-- podem aparecer dizendo coisas que nunca disseram na vida real.
Recentemente, o próprio artista foi vítima disso, quando um vídeo em que ele supostamente divulga um produto viralizou nas redes sociais. Preocupado com a sua reputação, ele fez questão de afirmar que nunca se envolveu com as empresas em questão. Também defendeu que a internet precisa ser regulamentada, bem como as redes sociais devem assumir a responsabilidade de acabar com esse tipo de conteúdo.
Foi Maria Beltrão, a apresentadora do matinal, quem introduziu o assunto. "Como tudo nessa vida, a inteligência artificial pode ser usada para o bem ou para o mal. E manipularam seu rosto, sua voz, para vender produto, e muita gente acredita piamente que é verdade", começou ela, séria.
"Sim, eu acho que é em cima dessa ignorância e dessa novidade toda de internet que essas pessoas justamente lucram e fazem essas deepfakes, que nada mais é que pegarem meu rosto, algum trecho de alguma entrevista minha, modularem minha voz, para estar vendendo algum produto ou para estar falando bem disso ou daquilo. Para a gente que é ator, que é artista, isso é especialmente ruim, porque a gente vive da nossa imagem", afirmou ele.
"Eu tenho uma grande responsabilidade socioambiental. Eu já perdi ou deixei de ganhar muito dinheiro de empresas que queriam que eu fizesse comercial para isso, ou para aquele produto, e eu falei: 'Não, vocês não têm o menor compromisso com o meio ambiente, então, infelizmente, eu não vou fazer isso'", continuou o intérprete de Jonas em Elas por Elas.
Então, imagina: eu, que tenho essa preocupação com a minha imagem, com o que eu vou passar para o meu público, para as pessoas que gostam do meu trabalho, de repente me vejo enganando as pessoas, enganando as pessoas, dizendo que isso é bom, que aquilo é bom. É muito grave, não dá para, em 2024, a internet ainda ser terra de ninguém.
A apresentadora disse que o Estado precisa regulamentar os espaços virtuais. "Tem muita gente que vem 'ah, não, mas vai cercear nossa liberdade na internet'. Da mesma forma que você não pode fazer uma coisa ruim na vida real, você também não pode fazer uma coisa ruim na Internet", arrematou ele.
A jornalista concordou: "Internet também é vida, né? É isso, tá tudo ali. Você sofreu isso, o [Pedro] Bial, tanta gente, e para os desinformados, está perfeito. Você fala: 'Nossa, é aquele ator'. E não é! É grave, é sério, é exploração da sua imagem, da sua reputação... É um absurdo, e realmente isso que tem ser coibido, isso tem que ser repudiado. A internet não pode ser terra de ninguém."
Em seguida, Maria reafirmou que o artista não está vendendo produto algum. Solano, então, reclamou do papel das empresas que gerem as redes sociais nessa situação.
"É importante também, gente, as redes sociais se responsabilizarem, pararem de continuar lucrando com o que quer que seja que apareça lá. Porque é muito fácil você criar um perfil desse, e depois apagar e criar outro também. Então precisam existir meios de controle do crime da internet", finalizou.
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