Vítima de Aids, ator abandonou novela e se isolou em sítio antes de morrer

A carreira de Lauro Corona (1957-1989) na televisão foi tragicamente interrompida por um traiçoeiro problema de saúde. O ator era portador do vírus HIV e teve várias complicações por causa do desenvolvimento da Aids em seu organismo. Ele teve que deixar de trabalhar numa novela e foi para um sítio antes de morrer, aos 32 anos.

Galã de novelas, ele se destacou em tramas como Baila Comigo (1981), Elas por Elas (1982) e Corpo a Corpo (1984), e como apresentador do programa Globo de Ouro (1985). Chegou a ser líder entre os atores que recebiam cartas de fãs na emissora. 

EM CAMPINAS

Afastado do Corinthians após traições, atacante Jô é preso ao chegar para jogar

BOA AÇÃO

Zé Neto e Cristiano doam cachê de show para vítimas de enchentes no RS

Nos anos 1980, Corona contraiu o vírus HIV. Ele estava no ar na novela Vida Nova (1988), da Globo, quando as complicações relacionadas à Aids impediram seu desempenho no trabalho. 

O ator interpretava o português Manuel Vitor, que se apaixonava pela judia Ruth (Deborah Evelyn). O namoro dos dois não era permitido pelos pais dela, que não aceitavam o fato de o rapaz ter outra religião. 

Com a saúde debilitada, Lauro Corona não conseguiu seguir até o fim da novela -- ele não falava que tinha Aids, pediu afastamento por estafa. O personagem dele foi retirado, e na trama a explicação foi que ele partiu para uma viagem sem volta. 

De acordo com reportagens da época, o ator se isolou num sítio no interior de São Paulo, com alguma expectativa de que pudesse melhorar e voltar para as cenas finais de Vida Nova, mas não foi possível. 

Corona morreu em 20 de julho de 1989, dois meses após o fim da novela. O atestado de óbito dele incluía problemas como infecção respiratória, septicemia, doenças oportunistas, miocardite, insuficiência renal e hemorragia digestiva alta. 

Benedito Ruy Barbosa, autor de O Rei do Gado (1996) e também de Vida Nova, sofreu com a falta do ator na novela. "Perdi muito com isso, não vale nem a pena comentar", disse, em entrevista ao jornal O Dia em abril de 1989.