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Racismo e machismo

Protagonista de Bom Sucesso, David Junior diz que Brasil cria pessoas doentes

Reprodução/TV Globo

O ator David Junior em cena de Bom Sucesso, novela das sete da Globo, em que vive Ramon

O ator David Junior em Bom Sucesso; ele afirma que luta contra o racismo e o machismo no Brasil

FERNANDA LOPES

Publicado em 7/9/2019 - 5h23

O ator David Junior tem o objetivo de, por meio de seu trabalho na televisão, mostrar as mazelas sociais do Brasil e as dificuldades que pessoas negras enfrentam no país. Junior, que é protagonista de Bom Sucesso e aparece também na série Sessão de Terapia, diz que luta contra o racismo, problema sério que cria pessoas doentes, segundo ele.

"Falar sobre isso é fundamental pra mim como ser humano. Quero poder dizer para o país em que a gente vive o quanto a gente cria pessoas doentes. O quanto a gente domestica pessoas. Estou numa época em que estou me desconstruindo, revendo o mundo à minha maneira. Eu luto muito contra o racismo no Brasil, onde a gente vive isso o tempo inteiro", declara.

Em Bom Sucesso, Junior vive Ramon, um homem que saiu do Brasil para tentar a vida nos Estados Unidos. Ao voltar, ele luta para ganhar a confiança da filha que cresceu longe e para reconquistar o amor de Paloma (Grazi Massafera).

As diferenças sociais ficam claras na relação entre Ramon e a família de Alberto (Antonio Fagundes). Nana (Fabiula Nascimento) e Diogo (Armando Babaioff) de certa forma olham para ele como se fosse inferior, de outro mundo. Há ainda a questões relacionadas à mulher: Ramon tem várias crises de ciúme com Paloma, acha que ela lhe pertence e que ele tem de honrar seu posto de "macho".

Um cenário similar acontece com o outro personagem atual de David Junior, o Nando da série Sessão de Terapia, do Globoplay. Trata-se de um homem que não consegue mais transar com a mulher depois que a enxerga como uma pessoa mais inteligente, famosa e bem-sucedida do que ele.

"Nando representa uma masculinidade tóxica e ao mesmo tempo não entende o racismo que o transformou. Ele é o típico preto domesticado e não sabe disso. Acha que ser o provedor da casa é suficiente, e a partir do momento em que se vê sem ser um opressor, ele brocha", conta Junior.

O ator também se posiciona contra o machismo: "Eu sei que, se eu lutar contra o racismo e não contra o machismo, não vou estar trabalhando em lugar nenhum".

Para Junior, levar esses temas a telespectadores da TV aberta e da plataforma de streaming é muito importante para que uma parcela cada vez maior da população tenha consciência sobre questões sociais relevantes.

"É uma responsabilidade não só minha, mas do público, do ser humano, de se olhar e pensar: 'O que eu tenho feito pra mudar essa história? Quais caminhos eu tenho criado pra trazer um futuro melhor, pra dialogar? Eu tenho de fato respeitado quem está do meu lado?'. É delicioso poder trazer esses personagens, dar vida a eles num momento tão complexo quanto o que a gente está vivendo", conclui.

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