Quarta temporada
Reprodução/Globoplay
A paciente Chiara (Fabiula Nascimento), uma atriz muito famosa que sofre com a superexposição
FERNANDA LOPES
Publicado em 30/8/2019 - 5h16
Sessão de Terapia estreia sua quarta temporada nesta sexta (30), totalmente reformulada: tem novos pacientes, novo psicólogo e nova forma de exibição. Agora, a série ficará disponível na íntegra no Globoplay, e o protagonista (além de diretor) de todos os episódios é Selton Mello. Na pele do terapeuta perturbado Caio, ele encara dramas pesados de seus clientes, que vão desde uma celebridade neurótica a uma idosa que quer morrer.
Nas três temporadas anteriores, Sessão de Terapia era uma série do GNT, com episódios diários e protagonizada por Zécarlos Machado. Contratado da Record, ele não pôde voltar ao projeto, e Selton Mello se dispôs a tomar seu posto de psicólogo. O mineiro também dirigiu os 35 episódios da nova leva.
A série guia os telespectadores ao longo dos dias da semana em que cada paciente tem terapia. As histórias deles não se misturam entre si, mas são feitas com base em assuntos e problemas relevantes da atualidade.
A paciente de segunda-feira é Chiara (Fabiula Nascimento), nome artístico. Trata-se de uma atriz muito famosa que desenvolve distúrbios relativos à exposição e aos números de likes e de seguidores nas redes sociais.
"Chiara é uma personagem muito complexa, porque ela é neurótica. Ela tá cansada de viver a personagem dela mesma 24h por dia", diz Jaqueline Vargas, roteirista de Sessão de Terapia. São de Chiara as cenas mais divertidas da série, e Fabiula Nascimento vai do sarcasmo ao choro rapidamente. "Chiara é irônica, mascarada. Acho que ela chega sempre na defesa, e a defesa dela é o ataque", comenta Fabiula.
A influência negativa das redes sociais é tema que continua na paciente das terças, Guilhermina (Lívia Silva). Ela é uma menina de 12 anos que demora a se abrir para o terapeuta e esconde segredos sobre os conteúdos que publica na internet e o bullying que sofre na escola.
reprodução/Globoplay
David Junior vive Nando em Sessão de Terapia, personagem que aborda racismo e machismo
Para Selton Mello, no entanto, o paciente mais difícil é o das quartas-feiras: Nando (David Junior). É um executivo de sucesso, que subiu muito na vida, mas se preocupa quando começa a brochar com sua mulher, uma escritora e ativista social muito bem-sucedida.
"Nando é o personagem mais complexo que já fiz. Ele representa uma masculinidade tóxica e, ao mesmo tempo, não entende o racismo que o transformou no típico preto domesticado. A partir do momento em que ele se vê num outro lugar, que não é como opressor [da mulher], ele brocha. E o louco, pra ele, é que brochar é o pior que pode acontecer. Falar sobre essas duas opressões [racismo e machismo] é fundamental pra a gente começar a se desenvolver como ser humano", afirma o ator.
Às quintas, a paciente é Haidée (Cecília Homem de Mello). Viúva, 67 anos, ela mora com o filho e acha que a vida não tem mais graça. Por isso, revela ao psicólogo que está lá porque quer ajuda para morrer.
"Acho que ela tem ressonância, tem eco em muitas pessoas. Tem um pouco de Haidée em cada família, muita gente que já é ou virá a ser uma Haidée", diz a atriz.
reprodução/globoplay
Cecilia Homem de Mello vive Haidée, que emociona ao falar sobre sua vontade de morrer
Às sextas, o paciente é o próprio Caio. O psicólogo tem que enfrentar uma supervisora, interpretada por Morena Baccarin, que toca nas feridas dele. Caio tem um grande trauma em sua vida, que será revelado aos poucos.
Para o ator e diretor, a série está de volta com textos densos, atuações intensas e episódios dignos de serem exibidos como material de estudo em faculdades. Sessão de Terapia é baseada na série israelense BeTipul e é a primeira versão da produção que chega à quarta temporada. Selton Mello acredita na relevância da atração e na importância de mostrar "gente falando com gente".
"Em Sessão de Terapia eu estou em casa, onde gosto de estar. Eu amo esse texto, essa história, a humanidade que permeia tudo isso. É uma série sobre empatia, pra as pessoas pensarem, refletirem. É aí que está a força do projeto", afirma ele.
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