VIÚVO DE DANIELLA PEREZ
REPRODUÇÃO/HBO MAX
Raul Gazolla em depoimento à série Pacto Brutal, sobre a morte de Daniella Perez (1970-1992)
Raul Gazolla estava casado com Daniella Perez no fatídico dia 28 de dezembro de 1992, quando ela foi assassinada com 18 punhaladas. Na série documental Pacto Brutal, que estreia na HBO Max nesta quinta (21) e conta toda a história sobre o crime, vários amigos artistas e o próprio ator contam sobre o momento de completa fúria quando ele descobriu que havia sido Guilherme de Pádua quem havia cometido a atrocidade. "O que veio no meu pensamento: 'Eu vou mastigar o pescoço desse filho da puta'", disse Gazolla.
Nos dois primeiros episódios (de um total de cinco) da série documental, Gazolla e outros amigos e familiares de Daniella remontam como foi o último dia de vida dela e o que aconteceu após o corpo dela ser descoberto no matagal, onde Pádua e sua então mulher, Paula Thomaz, cometeram o assassinato.
A polícia descobriu a autoria do crime em apenas algumas horas, e na manhã do dia 29 oficiais já estavam tomando depoimento do assassino (que confessou a autoria).
Enquanto isso, Gazolla chorava copiosamente, tanto ao identificar o corpo no matagal quanto no velório e enterro de sua mulher. A mãe do ator já sabia que Guilherme de Pádua havia sido identificado como assassino e entendeu que era hora de contar para o filho na capela que fazia parte do local onde o corpo havia sido velado. Para isso, ela contou com a ajuda de atores que estavam no recinto: Alexandre Frota, Fabio Assunção, Tony Tornado e Maurício Mattar. Quem relatou o momento de fúria à série documental foi Frota.
"A mãe do Raul, em determinado momento do velório, chega pra mim e fala: Frota, você não vai acreditar. A polícia já sabe quem matou a Daniella. Quando as pessoas saíram, nós fechamos a porta. O Gazolla estava sentado, chorava compulsivamente", lembrou ele.
"Eu me ajoelhei e abracei a barriga dele. O Tony Tornado ficou nas costas fazendo uma massagem. O Mauricio Mattar senta e dá o braço pra ele, uma outra pessoa [Fabio Assunção] senta e dá outro braço pra ele. Ele estava travado ali. A mãe dele chega e fala: 'Filho, a policia já sabe quem matou a Daniella. Foi o Guilherme de Pádua'. Nessa hora, ele levantou com todos nós", afirmou.
"A gente agarrou o Gazolla. E ele levantou todo mundo, numa fúria", corroborou Assunção. A produtora Marcela Honigman afirmou: "Ele quebrou a capela inteira. Ele mordia uma almofada, ele gritava". "E ele gritava, de uma maneira assim... Eu me lembro, e meu coração parte", complementou Claudia Raia.
"Depois que ele teve todo esse ataque de fúria, de amor, de sentimento, de tudo que estava passando ali, ele cai no chão e fica em posição fetal", contou Alexandre Frota.
O próprio Gazolla relatou o que ele se lembra de ter pensado naquele momento. "O que veio no meu pensamento: 'Eu vou mastigar o pescoço desse filho da puta. Eu vou mastigar. Eu não vou nem encostar nele'. Eu virei um bicho. Eu fiquei com muito ódio. Eu sei que não é um bom sentimento, mas não dá pra não ter naquele momento que você sabe que sua mulher foi assassinada, que o assassino é o colega de trabalho dela", confessou.
Filha de Gloria Perez, Daniella foi assassinada na noite de 28 de dezembro de 1992. Ela atuava na novela De Corpo e Alma, da Globo, escrita por sua mãe, e contracenava com Guilherme de Pádua. Durante parte da trama, eles viveram par romântico com os personagens Yasmin e Bira.
Ao longo dos capítulos, o namoro de Yasmin e Bira terminou, para que a personagem voltasse a ficar com seu par romântico inicial, Caio (Fabio Assunção). Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar Daniella para que Gloria desse mais importância a seu personagem.
Na noite do crime, Daniella estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo de Pádua, que estava acompanhado por sua mulher, Paula Thomaz. Após desmaiar com um soco do ator, Daniella foi levada pelos dois para um matagal na zona oeste do Rio de Janeiro, onde foi morta com 18 punhaladas no peito.
O ator e sua então mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. A pena dele foi de 19 anos em regime fechado, a dela de 15 anos. Mas ambos cumpriram bem menos tempo. Pádua saiu da cadeia por bom comportamento em outubro de 1999, assim como Paula.
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