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AMEAÇA E VIOLÊNCIA

MPF processa Ratinho e pede indenização de R$ 2 milhões por fala misógina

REPRODUÇÃO/SBT

Ratinho está com a expressão fechada em seu programa no SBT

Ratinho: apresentador virou alvo do MPF por falas machistas e preconceituosas contra deputada

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 8/3/2023 - 19h17

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação de Carlos Massa, o Ratinho, por falas preconceituosas sobre a deputada federal Natália Bonavides (PT/RN) em um programa da Rádio Massa transmitido em 2021. Na ação, ajuizada em janeiro e revelada nesta terça (8), o órgão exige que ele pague R$ 2 milhões de indenização e veicule campanhas de conscientização sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero.

Segundo o MPF, o apresentador do SBT causou "dano coletivo às mulheres que atuam ou pretendem atuar na política" por menosprezar um projeto de lei proposto pela deputada petista. Ratinho também é acusado de disseminar em rede nacional estereótipos de gênero.

A denúncia foi feita por causa de uma transmissão feita na Rádio Massa em 15 de dezembro de 2021. A ação indica que o funcionário do SBT disparou ofensas ao anunciar a proposta da deputada, que pedia a retirada da expressão "marido e mulher" da união civil. A medida tinha o propósito de evitar preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ e promover tratamento igual a todos os cidadãos.

"Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora, não?", afirmou ele no Turma do Ratinho, transmitido na Massa FM.

Na época, Natália rebateu o discurso misógino. "O apresentador Ratinho sugeriu que eu fosse metralhada em programa visto por milhares de pessoas. Incitar homicídio é crime! Ele coloca a minha vida e minha integridade física em risco. Ratinho ainda disse que eu fosse lavar as cuecas de meu marido", se revoltou ela.

"Essas ameaças e ataques covardes não ficarão impunes. O apresentador utilizou uma concessão pública para cometer crime. Vamos acioná-lo judicialmente, inclusive criminalmente", publicou ela no Twitter, em dezembro de 2021.

O procurador da República Emanuel de Melo Ferreira entende que a linguagem sexista e a possibilidade de difusão da intimidação, alcançando todas as mulheres com pretensões políticas, evidencia o caráter político da violência.

É precisamente o caso dos autos, pois as expressões utilizadas não se limitaram a criticar a atuação parlamentar da citada deputada federal em bases não discriminatórias, eis que, dolosamente, os referidos papéis tradicionais relacionados ao gênero foram expressamente elencados pelo réu.

Notícias da TV procurou a assessoria de imprensa de Ratinho e questionou a denúncia, mas não houve retorno até a publicação deste texto.


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