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PELA DEMOCRACIA

Marieta Severo dá indireta a Bolsonaro e milita contra ditadura no Altas Horas

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Marieta Severo de camisa azul e vermelha, sorri para câmera, em entrevista que deu em sua casa para o Altas Horas

Marieta Severo em entrevista ao Altas Horas no sábado (25); atriz se posicionou a favor da democracia

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 26/12/2021 - 10h38

Marieta Severo participou da edição do último sábado (25) do Altas Horas e deu um depoimento contundente sobre questões políticas. A atriz viveu exilada na época da Ditadura Militar (1964-1985) e se declarou a favor da democracia e contra discursos de ódio e armamentismo, em referências subentendidas à conduta do presidente Jair Bolsonaro. 

Uma das convidadas do último Altas Horas do ano, Marieta participou do programa de forma remota. Serginho Groisman relembrou momentos marcantes da carreira dela, e a atriz explicou o fato de ter ficado dez anos sem trabalhar na TV. 

"Foi na época da Ditadura, uma época terrível, que a a gente espera que não volte nada semelhante, parecido. Existia uma censura, uma impossibilidade de Chico [Buarque, cantor e ex-marido de Marieta] se apresentar na televisão, e eu achava que não era justo eu me apresentar com ele sendo censurado. Foi por isso. Eu fiquei uns dez anos sem fazer televisão, e o motivo foi esse, não foi uma opção profissional de 'quero fazer mais teatro'", falou.

O apresentador então ressaltou que, a partir do AI-5 (Ato Institucional número 5) em dezembro de 1968, a censura e a perseguição aos cidadãos considerados subversivos ao regime ditatorial se intensificou. Marieta Severo contou que viajou grávida com Chico Buarque para a Itália em janeiro de 1969 e, após verem que Caetano Veloso e Gilberto Gil haviam sido presos no Brasil, eles decidiram ficar por lá, exilados. 

"A gente recebia muito recado de que, se Chico voltasse, ele ia ser preso. Eu estava com barrigão... Aí a gente falou 'não vamos voltar', e aí Silvinha nasceu na Itália por causa disso, ficamos mais de um ano lá por causa desse período tenebroso, que alguns aí clamam de volta. Mas eu com a minha experiência, minha vivência de ter passado por esses períodos todos, digo que não há nada pior. É insuportável não ter liberdade, é insuportável viver sem democracia", declarou. 

Ao final de sua participação, Marieta agradeceu e fez votos de um 2022 melhor. "Que o ano que vai entrar seja um ano em que nós brasileiros possamos lidar com coisas mais alegres, positivas, construtivas, resgatar toda a alegria e criatividade que nosso povo tem. Sem esse discurso tão ruim de violência, de arma, de ódio, de estímulo à briga entre nós. A gente não é assim, não quer ser assim e não seremos assim no ano que vem", concluiu.

Nas redes sociais, Marieta Severo foi muito exaltada por seu discurso. Internautas também repararam que, no palco do Altas Horas, estavam duas pessoas com conduta mais próxima ao lado criticado pela atriz: Juliana Paes e Baby do Brasil.

Neste ano, ambas defenderam a médica Nise Yamaguchi, próxima ao presidente Jair Bolsonaro e questionada na CPI da Covid por fazer parte de um suposto gabinete paralelo do ministério da Saúde, que incentivava tratamento à Covid com remédios sem eficácia contra a doença.

Confira vídeos da entrevista de Marieta e reações de telespectadores:


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