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MÃE DE LEANDRA LEAL

Maria Bruaca da Pantanal de 1990, Ângela Leal não quis mais ser atriz; saiba por quê

REPRODUÇÃO/MANCHETE

Ângela Leal caracterizada como Maria Bruaca na primeira versão da novela Pantanal (1990), na Manchete

Ângela Leal caracterizada como Maria Bruaca na primeira versão da novela Pantanal (1990), na Manchete

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 19/6/2022 - 8h33

Maria Bruaca foi uma personagem muito marcante para a carreira de Ângela Leal. A atriz reconhece a importância do papel e se orgulha do legado deixado pela dona de casa da primeira versão da novela Pantanal (1990), da Manchete, mas não sente vontade de fazer novos trabalhos nesse estilo. Hoje com 74 anos, a mãe de Leandra Leal deixou a carreira de atriz e administra um teatro. 

"Estou cuidando do teatro, cuidando muito bem das minhas comorbidades [Ângela sobreviveu a um câncer e um infarto], da família, coisas que nunca tive muito tempo de fazer. E está de bom tamanho. Gosto de dizer que não estou mais atriz. Só faço uma coisa ou outra quando a Leandra me convence. Fiz o filme dela, e agora gravei a série dela, [chamada] A Vida Pela Frente. Só porque ela me pediu para fazer, de mãe para filha", disse ela, em entrevista ao jornal O Globo.

"Se existisse um pó de pirlimpimpim que jogassem na gente e, quando abríssemos os olhos, já estivéssemos prontos, maquiados e no cenário para gravar, aí eu estava dentro. Mas esperar horas, ter que vestir, fazer maquiagem, não tenho mais essa vontade. O trabalho no Rival Refit [nome do teatro] me preenche muito e me dá um sabor de vitória grande", explicou. 

Mesmo afastada da TV, Ângela voltou a ser lembrada pela personagem Maria Bruaca, que agora dá o que falar na interpretação de Isabel Teixeira. A atriz veterana considera que o papel fez muito pelo feminismo já na versão de 1990. 

"Naquela época, a mulher de 43 anos era considerada velha. A Bruaca é fruto de um período em que o preconceito estrutural estava instaurado. Então, o substantivo Bruaca virou uma chacota, um adjetivo como a bichinha, a galinha, a piranha, aquelas coisas que o preconceito estrutural permitia. E, para mim, é uma grande felicidade perceber que, depois de 32 anos, a sociedade evolui em vários pontos desse assunto. Tenho certeza de que a Bruaca daquela época contribuiu, e muito, para a luta do feminino", afirmou.

"Para o machismo, para a homarada, a Bruaca virou piranha quando deu a volta por cima. Já as mulheres levavam um choque elétrico. Imagine o mal-estar que era "uma Bruaca" com o marido assistindo à novela juntos, naquela época? Eu recebi muitas cartas de mulheres que queriam falar disso, mulheres que estava se juntando para discutir esses temas. Grande parte das mulheres de então era Bruaca. Hoje, elas ainda existem, mas menos. E a briga é mais clara. Tanto que o público a apoia majoritariamente", comentou Ângela. 

Segundo a "ex-atriz", o próprio autor, Benedito Ruy Barbosa, falou que Maria Bruaca foi uma personagem que tinha fugido de suas mãos. A reviravolta da personagem e o carinho do público com ela foram impressionantes. 

"Quando ele [o autor] me chamou para fazer, a Bruaca era definida como uma mulher submissa que descobriria a traição e ficaria muita louca. Mas não estava claro como nem por qual caminho ela ia seguir, se ia ficar chorando pelos cantos ou qualquer outra coisa. E deu uma reviravolta muito incrível, de repente, pôs a Bruaca em situações muito difíceis. Vira chalaneira, depois vai para a tapera da Juma. Tudo isso tornou a personagem emblemática. Sinto um orgulho muito grande por ter feito essa Bruaca. Ela preenche essa minha vontade de, como atriz, trabalhar para o bem da sociedade", celebrou Ângela.


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