DESIGUALDADE
REPRODUÇÃO
Leandra Leal durante entrevista virtual que concedeu ao Notícias da TV de sua casa no Rio de Janeiro
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 1/5/2020 - 4h50
Confinada em casa com sua filha, Leandra Leal diz que vive uma "gangorra emocional". Ela está aproveitando o tempo livre para repensar objetivos e acredita que o isolamento vai gerar uma conscientização nas pessoas, o que é positivo. Porém, a atriz também confessa que fica desolada com a pandemia e o atual cenário do Brasil.
"Quarentena em um país desigual é tão letal quanto o vírus. A quarentena para mim é uma coisa, eu que estou em casa bem, que sei que minha mãe está bem também em sua casa, mas sou privilegiada e tenho consciência do meu privilégio. Mas essa é a realidade de 1% [da população]. Para outras pessoas não é assim", diz.
"É um momento desesperador. O sistema de saúde está colapsando. A gente precisa de uma sociedade mais igualitária, com governantes que governem para todos, começando por essa pandemia", discursa.
Para ela, o mundo nunca mais será o mesmo. As crianças que estão vivenciando isso, como sua filha Julia, podem realmente fazer tudo diferente. Leandra até faz uma comparação com o que todos estão vivendo e a Segunda Guerra Mundial.
"Sempre penso que as crianças daquela época cresceram e fizeram 1968 [ano de importantes transformações sociais e políticas em todo o mundo] acontecer. Só espero que não demore tanto para que eu possa gozar um disso que virá."
Intérprete da ativista ambiental Luiza na série Aruanas, que a Globo exibe às terças após Fina Estampa, Leandra diz que está nos protestos desde sempre. "As minhas causas sempre foram ligadas à liberdade, cultura e arte. A questão ambiental era algo que eu tinha o conhecimento. Mas essa série me fez colocar com urgência a pauta de direitos humanos em minha vida", declara.
Ela afirma que mudou hábitos e está mais conectada com o ativismo. "É impossível criar consciência das coisas e não agir", fala. A atriz diz que as questões ambientais não são de direita ou de esquerda, não podem ser políticas e polorizadas, pois estão ligadas à sobrevivência de todos e ao futuro de "nosso filhos".
Se a emissora não tivesse paralisado as gravações de todas as suas produções de dramaturgia, a atriz já teria gravado a segunda temporada de Aruanas. A previsão de estreia no Globoplay era para dezembro. "Não sabemos quando vamos voltar ao trabalho. Mas posso dizer que paramos em um momento que estava incrível."
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