FIM DA LINHA
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Guilherme de Pádua morre após infarto: não pagou indenização da Justiça por ter matado Daniella Perez
Morto após sofrer um infarto fulminante em casa, na noite do último domingo, (6), Guilherme de Pádua não pagou o valor de R$ 480 mil, determinado pela Justiça a ele e a sua ex-mulher, Paula Thomaz, como indenização por terem assassinado Daniella Perez (1970-1992). A quantia deveria ter sido paga para a autora Gloria Perez, que entrou com a ação ainda nos anos 1990. A última confirmação da sentença aconteceu em janeiro deste ano.
O Notícias da TV teve acesso aos autos do processo. A ação foi protocolada em 2005 e decidida em 2017. Gloria pedia o cumprimento de sentença por danos morais de uma vitória judicial que havia obtido contra os assassinos em 2002. Inicialmente, a ação foi analisada pela 7ª Câmara Cível do Rio, sob a relatoria do desembargador Paulo Gustavo Horta.
O magistrado deu ganho de causa para Gloria, condenando Pádua e Paula a pagarem definitivamente 500 salários mínimos (equivalente a R$ 480 mil). O valor cresce conforme correções monetárias e de inflação.
Após a derrota, Paula Thomaz ajuizou ação de autoinsolvência, com a alegação de que não possuía patrimônio para saldar a dívida. Diante do caso, a Justiça acatou inicialmente o pedido de Paula e reconheceu a falta de dinheiro. Mas a autora de novelas não deixou de lutar. Gloria Perez entrou com um novo processo e conseguiu, na 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, no fim de 2021, uma decisão de execução da dívida.
A Justiça mandou que fosse penhorado um apartamento no nome do atual companheiro de Paula Thomaz, Sérgio Rodrigues Peixoto, casado com ela desde 2001. A execução determinou que o valor da indenização fosse levantado através da venda do imóvel por penhora judicial, com base numa interpretação reconhecida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Paula e Peixoto recorreram da decisão em segunda instância e tentam impedir a perda do apartamento. Ainda não há previsão de julgamento do mérito.
Guilherme de Pádua também tentou impedir a cobrança do valor ao alegar perseguição e falta de motivos para tal.
A condenação se deu por dois pontos. Gloria pediu pagamento por danos morais pela morte da filha e também por calúnias que Paula e Pádua cometeram sobre o caso, que ganharam as manchetes dos jornais. O segundo ponto foi um precedente inédito.
Gloria pediu uma espécie de reembolso dos valores que pagou pelo velório e enterro de Daniella Perez. A autora somou também o valor de US$ 6 mil (R$ 30,5 mil) que Daniella tinha em sua posse no momento da morte --dinheiro que nunca foi encontrado.
O advogado Camilo Silva, ouvido pelo Notícias da TV, analisou a situação e afirmou que a dívida judicial de Pádua deverá ser quitada por familiares ou pela viúva dele, Juliana Lacerda. "Se ele não tem testamento protocolado em cartório, o normal é que a sua mulher atual ou familiares próximos precisem honrar esta determinação", comentou.
Condenado pelo assassinato de Daniella Perez, Guilherme de Pádua sofreu um infarto na noite de domingo. A informação foi confirmada pelo pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista Lagoinha, congregação na qual o ex-ator atuava como pastor em Belo Horizonte, sua cidade natal.
Pádua cumpriu pena pela morte da filha de Gloria Perez durante sete anos; foi solto por bom comportamento em 1999, apenas dois anos após o julgamento. Ele havia sido preso logo após o crime, em 1992, com a então mulher Paula Thomaz, sua cúmplice no crime.
Após ser liberado, Pádua passou a atuar como pastor e adotou um estilo de vida mais discreto. O nome do ex-ator voltou aos holofotes com o lançamento da série documental Pacto Brutal (2022), na HBO Max.
Na época, o condenado chegou a fazer um vídeo falando sobre seu arrependimento e defendeu que poderia, sim, atuar como pastor apesar do crime que cometeu.
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