Jéssica Ellen
Divulgação/Globo
A atriz Jéssica Ellen caracterizada como Daiane na série Assédio (2018), seu trabalho mais recente na Globo
FERNANDA LOPES
Publicado em 23/11/2018 - 5h44
Quando estreou na Globo, Jéssica Ellen era a única negra de todo o elenco da temporada de 2012 de Malhação. Agora, aos 26 anos, ela quer muito mais. A atriz participou ontem (22) do evento Ponte, da Globo, em que falou sobre direitos humanos e a importância da teledramaturgia na exposição de problemas como abuso sexual. Jéssica também se pronunciou sobre racismo e falta de negros na TV.
"A gente já teve uma melhora. Quando a Taís [Araújo] começou, ela era uma das poucas atrizes negras [na TV], e agora em Malhação tem três meninas negras. A gente reconhece que tem uma mudança, mas ainda tá longe de ser o que a gente de fato quer. Acho, por exemplo, que ainda falta uma novela que tenha 90% do elenco negro. Ou uma série, que seja. Acho que faltam projetos, uma coisa que ainda sinto falta é que os negros sejam vistos como indivíduos, e não como um bando, uma causa", afirmou.
Jéssica conta que já sofreu com atitudes racistas, mas não quer que esse tipo de violência seja mais marcante do que seu trabalho e sua representatividade como atriz.
"Quero responder [na mídia] sobre projetos que quero compartilhar, com elenco em que eu não seja a única preta. Isso é um desejo e eu espero que eu viva isso ainda, em breve", disse.
Neste ano, Jéssica teve papel de destaque na série Assédio, disponível no Globoplay. Ela interpretou a personagem Daiane, a secretária do médico estuprador que também foi abusada por ele e ajudou a denunciá-lo.
Na época em que estava gravando, a atriz confessou que chorou ao ler o roteiro e teve uma experiência muito difícil com o trabalho. Jéssica também gravou vídeos institucionais para a Globo em que incentiva mulheres a denunciarem seus agressores.
reprodução/Globo
Jéssica Ellen no vídeo Tudo Começa pelo Respeito, que foi ao ar nos intervalos da Globo
"Estou aqui para falar de como a teledramaturgia pode contribuir para um questionamento na sociedade. Eu acredito que a série é uma denúncia também. Todo mundo que me escreve [em redes sociais] fala que se emociona muito, porque é um tema muito difícil. Eu assisti a série, até queria ver de novo pra observar melhor, mas não consigo mais, porque é muito pesado, mexe muito com a gente que é mulher", contou.
Jéssica deve voltar à Globo em 2019. Ela está no elenco de Troia, novela das nove de Manuela Dias. Por enquanto, participa do elenco de um musical no Rio de Janeiro e sonha em estar na próxima temporada do Popstar.
"Quero fazer Popstar, que nem a Jennifer [Nascimento], maravilhosa. Tenho muita vontade de participar, eu me emocionei muito vendo e acho que vou me divertir. É uma coisa que quero fazer na TV", confessou.
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