BONECO ASSASSINO
FRANCISCO INÁCIO/SBT
Fofão, personagem de Orival Pessini (1944-2016), fez sucesso na década de 1980 e foi cercado de lendas
Há exatos seis anos, o Brasil perdia Orival Pessini, o criador do Fofão. Vítima de um câncer no baço, o humorista morreu em São Paulo, aos 72 anos, no dia 14 de outubro de 2016. No auge do sucesso do seu mais célebre personagem, nos anos 1980, o artista foi alvo de fake news. Lendas urbanas criadas causaram pânico aos pais, que atribuíam tanto ao boneco como a seu criador a fama de diabólico.
Ao longo de sua trajetória, Pessini incrementou sua arte com o uso de máscaras de látex para a composição de seus personagens. O humorista estreou na televisão em 1963, no programa Quem Conta um Conto, da extinta TV Tupi (1950-1980). Posteriormente, participou do humorístico Planeta dos Homens (1976-1982), na Globo, no qual vivia os macacos Sócrates e Charles.
O ator, no entanto, ficou consagrado pelo trabalho com o boneco Fofão, principalmente entre as crianças. Com bordões como "bilu-bidu" e "alua-Iê pra todo mundo", Fofão era definido pelo humorista como uma mistura de cachorro, urso, porco e palhaço. Em entrevista ao The Noite, do SBT, ele contou que se baseou no personagem do filme E.T. (1982), de Steven Spielberg, para compor o boneco.
O personagem bochechudo surgiu ao público no infantil Balão Mágico (1983-1986), na Globo, e mesmo após o fim do programa, continuou na TV. Além de participar de inúmeras outras atrações, a figura ganhou um próprio programa: o TV Fofão (1986-1989), na Band.
Pouco tempo depois de estourar na TV, nos anos 1980, Fofão deu origem a vários produtos, como bonecos e discos. O boneco do personagem virou sucesso de vendas e, à época, lendas urbanas e mitos dominaram o imaginário de muitas famílias brasileiras.
Uma das histórias dizia que o boneco carregava em seu interior um punhal negro, que seria usado para matar crianças à noite. Na ocasião, a empresa responsável pela fabricação do item precisou ir a público para esclarecer que o objeto, na verdade, era uma estrutura interna de isopor, que servia para a sustentação do brinquedo.
Uma das justificativas para a influência maligna de Fofão seria um pacto com o diabo, feito por Orival Pessini para atingir a fama. Diante dos boatos, era comum ver pessoas desprezando o boneco como presente e até mesmo queimando o item, na busca por acabar com suposta maldição.
Para homenagear os 40 anos do personagem, o Programa Silvio Santos, do SBT, exibirá neste domingo (16) um especial de Dia das Crianças em que Fofão surgirá pela primeira vez em forma de fantoche dentro do quadro Câmeras Escondidas
Na atração, crianças são convidadas para conhecer um laboratório espacial e passar o dia no local para ver o seu funcionamento ao lado do cientista interpretado por Kan Kan. Em certo momento, o ator mostra para elas um telescópio, pelo qual conseguem ver o espaço e os planetas, incluindo um novo, chamado Fofolândia, lembrando que o Fofão é um extraterrestre em sua origem.
No decorrer do quadro, Fofão começará a conversar com as crianças pelo telescópio, mas acabará invadindo o laboratório e surgirá para elas, interagindo e ensinando mágicas. Construído na própria emissora, o fantoche do Fofão foi manipulado por André Milano, que fez o Grover em Vila Sésamo (1972-1977).
A última aparição de Orival Pessini como Fofão foi no Programa Silvio Santos em 2015. Na ocasião, o ator participou do quadro Jogo das Três Pistas vestido como o boneco.
JOÃO RAPOSO/SBT
Fantoche de fofão no especial do SBT
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