DE CORPO E ALMA
REPRODUÇÃO/TV CULTURA
Tarcísio Meira no Roda Viva, da TV Cultura; ator viveu personagem na novela De Corpo e Alma
Tarcísio Meira (1935-2021) se revoltou com o fato de a Globo ter decidido continuar com as gravações da novela De Corpo e Alma (1992) mesmo após a morte de Daniella Perez (1970-1992). Nos bastidores, o ator não escondeu sua indignação com a atitude da emissora em relação ao crime cometido por Guilherme de Pádua contra a filha de Glória Perez.
"Ele [estava] muito irritado", contou Carla Albuquerque, ex-funcionária da Globo, durante uma live no canal Investigação Criminal, no YouTube.
"Nós não decidimos absolutamente nada. Mas foi no mínimo estarrecedor [ver a atitude da empresa]. A novela se chamava de Corpo e Alma, mas a alma foi embora, era um bando de zumbis", desabafou a jornalista, que trabalhou na produção do folhetim.
Nunca vou esquecer, teve um evento com o próprio Tarcísio Meira, ele [estava] muito irritado. Ele era muito sério, era um ator muito interessante, correto, nunca reclamava. Um dia, ele falou: 'Não entendo como ainda estamos aqui gravando essa novela'. Quando vem de um ator mais velho é uma coisa que faz até a gente acordar. Mas não tínhamos escolhas, tivemos que continuar.
Na trama, Meira deu vida a Diogo Santos Varella, um juiz honesto e dedicado à sua vida profissional.
Quase 30 anos após o crime, Carla ainda não entende o motivo de a Globo ter escolhido prosseguir com as gravações da trama e ainda ter feito da morte de Daniella um show para conseguir aumentar a audiência.
Em outra live no YouTube, a jornalista fez duras críticas contra a emissora:
A TV Globo podia falar: 'Essa novela encerrou, acabou'. A gente entende que é uma empresa, que tem muitas questões, funcionários, pagar salários e fornecedores, mas uma tragédia aconteceu ali. Ninguém se preocupou com a Gloria, ninguém se preocupou com a família da Gloria, ninguém se preocupou com a equipe.
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