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JHEAN MARCELL

Curado da Covid-19, cantor do Br'Oz revela que família inteira testou positivo

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Jhean Marcell em publicação para seu Instagram em março último

Jhean Marcell em publicação para seu Instagram em março último; cantor do Br'Oz curado da Covid-19

ELBA KRISS

elba@noticiasdatv.com

Publicado em 9/6/2021 - 16h21
Atualizado em 9/6/2021 - 16h22

"Essa doença é traiçoeira". É assim que Jhean Marcell, 39 anos, define a Covid-19. O cantor do Br'Oz foi uma das vítimas da pandemia e passou 17 dias internado Hospital Santa Clara, em Uberlândia, Minas Gerais. Atualmente em recuperação em sua casa, ele revela que o vírus atingiu sua família inteira. "Moro com a minha sogra, minha cunhada e meus sobrinhos. Todo mundo pegou, menos a minha mulher. Minha filha de cinco anos também pegou", lamenta.

A primeira a apresentar os sintomas do vírus foi Pietra, filha do músico. "Ela teve febre, parecia uma virose. Isso foi em uma sexta-feira. Mas, no domingo ela já estava bem. Ficou pulando e brincando. Mesmo assim, levei para fazer exames", relembra.

Em 10 de maio, Marcell levou não somente a menina para testes no hospital. Levou a família inteira --a cunhada Fabiana Barcelos, 39 anos, os sobrinhos Pedro, 5, Luiza, 8, e a sogra Maria do Carmo, 67--, pois ele mesmo já havia começado a sentir sinais de que algo estava estranho. "Tive muito cansaço e sono. Então, fomos todos fazer o teste para garantir. E deu que estava todo mundo com Covid-19, menos a minha esposa", conta.

Com sintomas leves, todos iniciaram tratamento em casa. De início, veio a dúvida de como o grupo fora infectado. "Essa doença é muito esquisita. Sempre tivemos cuidados com álcool e máscara. Quando a gente descobriu [que testaram positivo], tentamos fazer uma busca: 'Será que foi aquele dia?'. Ficamos tentando lembrar, mas é impossível determinar onde e em qual momento tivemos contato com o vírus", lastima.

Jhean Marcell com a Pietra e a Bruna Barcelos após receber alta (Foto: Reprodução/Instagram)

Além de integrar o Br'Oz, Marcell é sócio fundador do estúdio Minha Casa Music Records, em Uberlândia. Como empresário e produtor de vários artistas, ele reduziu o trabalho por causa da pandemia. "Não estava mais fazendo gravações. Tudo estava sendo feito remoto e não estava recebendo ninguém lá. Só eu e minha mulher íamos para lá e, às vezes, a gente fazia esse trajeto a pé, pois é perto", recorda.

Após o diagnóstico, os parentes do cantor apresentaram melhora. Apenas ele piorou e foi internado em 20 de maio, indo para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Precisou de intubação, mas sempre apresentou evolução positiva.

"Começamos a nos cuidar em casa sempre acompanhados por médicos. Naquela semana [do diagnóstico] todo mundo voltou ao normal, menos eu. Minha situação começou a piorar, continuei com sono e cansaço. Minha saturação caiu de 95 para 80, por isso, resolveram me internar. Eu não fiquei assustado. Em um primeiro momento fiquei tranquilo, pois entendi que era por segurança, para eu ser melhor assistido", narra.

No terceiro dia de internação, a médica viu meu nível de oxigênio, pediu mais exames, chamou a Bruna e disse que era melhor eu ir para a UTI. Não tive medo, porque eu tinha muita certeza da recuperação. Eu só estava angustiado e preocupado com a minha filha e mulher aqui fora. Não sabia o que elas poderiam estar passando.

Cantor perdeu pai para Covid-19

A aflição de Marcell pela família tem um motivo. Em dezembro último, o pai do produtor morreu vítima de Covid-19. Edson Couto tinha 63 anos e não resistiu ao vírus."Minha família já estava muito abalada. Mas no hospital eu falei: 'Tenho fé e meu pai está comigo'. Eu só me preocupava com elas. Mas foram quatro dias e meio de intubação. Depois, mais dois dias para retirar a sedação aos poucos", observa. A alta veio no último sábado (5).

A rápida cura do empresário surpreendeu a equipe médica. Para o integrante do Br'Oz cada passo em sua melhora é algo a ser celebrado. "Quando falam que superar a Covid-19 é renascer, é isso mesmo. Estar aqui é uma vitória", considera.

Agora preciso fazer fono para tirar essa dilatação da traqueia e voltar ao normal. Mas eu estar falando assim [ao telefone] é um milagre. Também vou fazer fisioterapia para expandir o pulmão.

Marcell relata que ficou com algumas sequelas da doença, entre elas a extrema perda de peso. "Tenho dificuldade para andar, um pouco de tontura. Perdi 12 kg nesse período, perdi massa magra e minhas pernas afinaram. Quando falo que é renascer, é porque se aprende a andar, a respirar... Mas graças a Deus está tudo bem. Estou indo dentro do meu limite e determinado a voltar o mais rápido possível", adianta.

Em abril, o cantor e seus parceiros do Br'OZ --André Marinho, Matheus Rocha e Oscar Tintel-- lançaram uma música nova. Agora, os novos projetos com o quarteto e as produções em estúdio terão que aguardar a recuperação total de Marcell.

"Quando a médica me deu alta eu perguntei: 'Quando posso voltar a trabalhar? (risos). Ela falou para eu ir lá [no estúdio] me divertir e voltar para casa. Não posso ultrapassar meu limite. Essa parte da produção vai ser boa para minha cabeça, porque uma das sequelas é a falta de memória. Mas a música sempre me trouxe paz. Agora, cantar e dançar de novo, vamos ter que segurar um pouco (risos). Pelo menos alguns meses", frisa.

Como sobrevivente do coronavírus, Marcell faz um alerta aos que insistem em ignorar os perigos da doença. "Infelizmente, tive que passar por isso duas vezes: com a perda do meu pai e comigo. A saudade do meu pai, a falta da minha respiração, a dificuldade que passei… Nada disso é mimimi. Eu sei o que passei e o que vivi tanto com o meu pai quanto comigo. Tomem cuidado porque não é brincadeira", finaliza.

Veja publicações de Jhean Marcell sobre a cura da Covid-19:


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