PACTO BRUTAL
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
A atriz Claudia Raia em foto publicada no Instagram; ela contou suas suspeitas sobre assassino
Claudia Raia guarda recordações muito doloridas sobre a morte da atriz Daniella Perez (1970-1992), em dezembro de 1992. Ela estava na delegacia nas horas que se seguiram ao assassinato da atriz e teve breve contato com Guilherme de Pádua no local. Ali mesmo, ela sentiu algo estranho e pegou uma pista que indicava a participação dele no crime horrendo.
Claudia está entre os vários artistas que dão depoimento à série documental Pacto Brutal. A atração, que estreará na HBO Max na próxima quinta (21), conta toda a história do assassinato de Daniella Perez, morta por Guilherme de Pádua e a mulher dele, Paula Tomaz, pela perspectiva de familiares, amigos de Daniella e membros do judiciário.
Na noite em que levou 18 punhaladas num matagal em lugar ermo do Rio de Janeiro, Daniella deveria estar num ensaio de uma peça que estrelaria. No espetáculo, ela demonstraria seu talento como dançarina. Claudia Raia, que também é bailarina, logo entendeu que a ausência de Daniella no local significava algo grave.
"Pra um bailarino faltar a um ensaio, ele tá morto. Tanto que todo mundo falava: 'Cadê ela?'. Se ela não chegou, alguma coisa aconteceu", pressentiu Claudia.
Na época, ela era muito amiga de Raul Gazolla (então marido de Daniella e ex-namorado de Claudia). Na madrugada, após reconhecer o corpo de Daniella no matagal, Gazolla ligou para Claudia e pediu apoio dela na delegacia, onde o crime começava a ser investigado.
A atriz correu para o local para consolar o amigo, e lá os dois tiveram uma visita inusitada. Horas depois de assassinar Daniella, Guilherme de Pádua apareceu na delegacia para prestar condolências a Gazolla. Ele também abraçou Claudia Raia, e foi então que ela notou algo suspeito.
"Ele ficou ali um tempo, chorando, dizendo: 'Meu Deus, que loucura isso'. Parecia bastante emocionado, muito indignado com tudo. [Dizia] 'Como fizeram isso com essa garota, essa menina é um anjo'. Me abraçou também, nem me conhecia. E eu não sei por que olhei o braço do Guilherme. Tinha, na parte do antebraço, arranhão de unha de mulher. Me chamou a atenção aquilo. Guardei pra mim. Era recente. Estava meio em carne viva, meio sangrandinho", detalhou a atriz.
Filha de Gloria Perez, Daniella foi assassinada na noite de 28 de dezembro de 1992. Ela atuava na novela De Corpo e Alma (1992), da Globo, escrita por sua mãe, e contracenava com Guilherme de Pádua. Durante parte da trama, eles viveram par romântico com os personagens Yasmin e Bira.
Ao longo dos capítulos, o namoro de Yasmin e Bira terminou, para que a personagem voltasse a ficar com seu par romântico inicial, Caio (Fabio Assunção). Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar Daniella para que Gloria desse mais importância a seu personagem.
Na noite do crime, Daniella estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo de Pádua, que estava acompanhado por sua mulher, Paula Thomaz. Após desmaiar com um soco do ator, Daniella foi levada pelos dois para um matagal na zona oeste do Rio de Janeiro, onde foi morta com 18 punhaladas no peito.
O ator e sua mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. A pena dele foi de 19 anos em regime fechado, a dela de 15 anos. Mas ambos cumpriram bem menos tempo. Pádua saiu da cadeia por bom comportamento em outubro de 1999, assim como Paula.
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