NA BIENAL DO LIVRO
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Claudia Raia em foto publicada no Instagram; atriz confessou que se incomodava em ser enaltecida só pela beleza
Claudia Raia participou de um painel virtual na Bienal do Livro de São Paulo nesta sexta-feira (11) para falar sobre Sempre Raia Um Novo Dia, seu livro de memórias recém-lançado. Ela revisitou parte de sua carreira na conversa e confessou que se incomodava muito em ser enaltecida apenas pela beleza no começo da carreira.
Na live com Rosana Hermann, que escreveu o livro junto com Raia, e Thiago Guimarães, youtuber do canal Ora Thiago, a atriz, de 53 anos, relembrou a novela Roque Santeiro (1985), a primeira de sua carreira, na qual interpretou a dançarina Ninon.
Naquela época, ela ficou perturbada com o fato de ser vista como símbolo sexual, e durante a conversa enfatizou a dificuldade que teve para ser reconhecida como atriz ao longo de sua trajetória. Aborrecida com o pouco espaço na trama da Globo, a então jovem de 19 anos foi falar com o diretor Paulo Ubiratan (1947-1998).
"Eu vim aqui perguntar se fazer novela é só mostrar a bunda", recordou a atriz. Ela contou que ouviu uma resposta machista, mas não desanimou e concentrou esforços para descontruir esse estereótipo de gostosona. Tanto que, na sequência de sua carreira, recusou um papel de prostituta em outra novela.
"Fui indo e pegando alguns atalhos. Não abandonando a porta pela qual eu tinha entrado, que era pela beleza, mas fui me reinventando, aprendendo e mostrando que eu tinha outros talentos", destacou.
"Eu fui lutando, desde cedo. É uma coisa da minha personalidade. Nunca gosto da minha zona de conforto. Sempre quero uma coisa que me comova, me mova. Uma inquietude minha", completou a veterana.
Hermann exaltou a carreira e a vida de Raia, muito intensas, segundo ela. "A Claudia viveu 90 anos em 50. Viveu muito intensamente, fazendo muita coisa ao mesmo tempo. Ela fez a opção de ser essa grande atriz", disse a roteirista.
Questionada sobre como se vê daqui a 30 anos, Claudia brincou: "Vamos segurar a nossa onda, que a gente quer chegar aos 110", disse. "Quero morrer no palco. É a minha cara. Muito teatral, com todo mundo aplaudindo. Muito lindo. Já falei para meus amigos fazerem um grande evento quando eu desencarnar. Uma grande celebração", encerrou.
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