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Reprodução/Instagram
Angelo Assumpção gravou Stories após saber da criação de uma vaquinha online para ajudá-lo financeiramente
REDAÇÃO
Publicado em 2/9/2020 - 11h09
Angelo Assumpção, campeão da Copa do Mundo de ginástica artística em 2015, receberá ajuda de uma vaquinha online, criada com o objetivo de arrecadar R$ 10 mil. A iniciativa aconteceu depois que o Esporte Espetacular, da Globo, exibiu uma reportagem, no dia 23 de agosto, denunciando o racismo que ele sofreu no Clube Pinheiros.
O ginasta foi demitido da instituição esportiva em novembro de 2019, após ser vítima de injúria racial por parte dos integrantes de sua equipe e treinadores.
"Esta vaquinha é para ajudar o nosso atleta Angelo Assumpção, que está sem nenhum tipo de renda ou auxílio governamental. Depois da matéria da Globo, no Esporte Espetacular, todos ficaram sabendo da verdadeira situação dele. Em novembro do ano passado, ele foi demitido do Pinheiros, clube que defendeu por 17 anos. Até hoje não entendeu por que teve o seu contrato rompido", diz a mensagem no site da arrecadação.
Surpreso, Assumpção usou seu perfil no Twitter para agradecer a iniciativa. "Fiquei sabendo que meus amigos/familiares criaram uma vaquinha com o intuito de ajudar-me e agradeço a iniciativa. Sempre tentei resolver tudo sozinho e nem sempre precisa ser assim. Receber e ajudar é um ciclo da vida. Acho normal ajudar e tenho dificuldade de ser ajudado. Aprendendo a lidar com isso ainda", escreveu.
Eu tive uma conversa com a minha psicóloga sobre isso, como acho normal ajudar e tenho dificuldade de ser ajudado. Aprendendo a lidar com isso ainda. Agradeço todos por compartilhar e ajudar de alguma forma. 👊🏿
— ANGELO ASSUMPÇÃO (@angelo191) September 1, 2020
Após receber o título de campeão em 2015, Assumpção apareceu em um vídeo publicado nas redes sociais sendo vítima de injúria racial por parte de três companheiros da Seleção Brasileira: Fellipe Arakawa, Henrique Flores e Arthur Nory. O último, aliás, também atleta do Pinheiros, foi medalha de bronze nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.
"Quando aquilo tudo foi acontecendo na mesa, eu senti que eu era inferior. Eu falei: 'Caraca, eu não tenho resposta, não tenho saída'. Como essas pessoas próximas de mim, que de alguma maneira sabem a minha história, sabem a dificuldade que foi passar por todos esses racismos dentro da modalidade, como fazem isso?", afirmou ele à Globo.
Depois da enorme repercussão do caso, um novo vídeo foi divulgado com o pedido de desculpas dos ginastas. Porém, Angelo disse que a resposta dos atletas não foi verdadeira. "Eu não queria gravar aquilo. Não foi uma coisa voluntária. E fica evidente no vídeo, entendeu?", completou.
Os responsáveis pelo vídeo foram punidos pela Confederação Brasileira de Ginástica com 30 dias de suspensão.
Segundo ele, o fato de ter feito tranças no cabelo também foi motivo de discórdia. Os treinadores alegaram que o penteado atrapalhava seu desempenho. No relatório da governança está anexado um e-mail de Raimundo Blanco, coordenador de ginástica artística, à gerência de esporte do clube.
Ele afirmou que suspendeu Angelo dos treinos porque o atleta não respeitou a hierarquia da equipe ao levar uma ou várias reclamações para a gerência de esportes e que o clima ficou insustentável.
Após o episódio, o ginasta foi demitido. "Foi humilhante. Você recebe uma demissão, e eu fui acompanhado até a porta como um marginal. Eles me acompanharam até a porta como um marginal: 'Amigão, vai embora daqui'", detalhou à emissora.
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