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CHICO ANYSIO

Antonia Fontenelle diz ser vítima de censura após ser processada por entrevista

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Antonia Fontenelle e Malga Di Paula em entrevista para o Na Lata, em março de 2020

Antonia Fontenelle e Malga Di Paula em entrevista para o Na Lata, no YouTube, que virou motivo de processo

REDAÇÃO

Publicado em 2/6/2020 - 23h43

Antonia Fontenelle diz ser vítima de censura após ser processada pela entrevista que fez com Malga Di Paula, viúva de Chico Anysio (1931-2012), para o seu canal no YouTube. O conteúdo não agradou a Paulo Cesar Pimpa da Silva, advogado do humorista, que acusa ambas de calúnia e difamação, e pede indenização de R$ 30 mil por ter sido apontado como a pessoa que tomou posse de valores do inventário do comediante.

A apresentadora, que mantém o canal Na Lata com Antônia Fontenelle há seis anos, usou seu Instagram para desabafar sobre a ação. "A gente está vivendo neste momento neste país uma tentativa de amordaçar a imprensa, de calar a boca da gente", analisou.

Em um vídeo de quase seis minutos, Antonia contou que acordou nesta terça-feira (2) com seu celular "pegando fogo" e ficou assustada. "Eram portais, revistas, programas de TV me pedindo aspas sobre uma nota que todos deram hoje a respeito de um processo movido e do qual me colocaram como réu", disse.

"O senhor Paulo Cesar Pimpa, ex-advogado de Malga Di Paula, viúva de Chico Anysio, ele me coloca como réu em um processo. Não só a mim, mas também o Google, a Malga e a Jovem Pan por uma entrevista que ela deu no meu Na Lata com Antônia", declarou. O vídeo em questão foi publicado em março último.

A apresentadora explicou que seu programa na plataforma de vídeos é um veículo de comunicação. "Eu presto serviço e o que o convidado fala a respeito de quem quer que seja, não é de responsabilidade minha. Eu apenas ouço, não faço juízo de valor e não endosso", informou.

Antonia analisou a forma que seu nome foi envolvido nas manchetes sobre o caso. "A chamada era: 'Ex-advogado de Malga Di Paula processa Antônia Fontenelle e viúva de Chico Anysio'. Tudo bem, eu entendo. Eu sei que meu nome repercute", apontou.

"Obviamente, se isso foi espalhado para a imprensa partiu da parte de quem está processando, ou seja, do senhor Pimpa. Porque do contrário, se não quisesse esse alarde todo teria colocado em segredo de Justiça", acusou.

Envolvida na questão, a apresentadora pediu que todos fizessem uma análise profunda sobre o que o processo significa. "Eu acho coerente é que vocês [a imprensa] não me vissem como celebridade, me vissem também como uma colega que tem veículo de comunicação. E o que querem fazer é me amordaçar. Na intimação que eu recebi, o juiz dá 48 horas para tirar o conteúdo do ar", explicou.

"O que estão querendo fazer ao tirar essa entrevista do ar é calar, é trancafiar o meu canal, é me prejudicar como comunicadora, uma vez que eu não endossei nada, nem fiz juízo de valor", se defendeu.

Antonia, então, relembrou que em seis anos de canal esta é o segundo processo que seu programa enfrenta na Justiça. Em 2019, Geraldo Castro, o Castrinho, entrou com uma ação por causa de uma entrevista com Íris Bruzzi, que denunciou um suposto abuso sexual no passado.

"O Castrinho me processou cível e criminalmente por Íris Bruzzi ter dito que lá atrás, quando nem nascida eu era, que ele fez relação sexual com ela enquanto ela dormia. Não dei juízo de valor e não endossei. O que eu tenho a ver com isso? Absolutamente nada. Eles que se resolvam", relembrou.

"Agora é o mesmo caso. Não sei se vocês perceberam, mas essa intimação que eu recebi, o Google e a Jovem Pan, em que eles dão 48 horas para tirar a entrevista do ar: eu discordo desse caminho. Isso se chama censura, uma vez que eu não tenho nada a ver com isso", criticou.

A youtuber entregou que fez questão de receber a intimação do oficial de Justiça. "Eu poderia ter pedido para uma funcionária receber ou dizer que não estava. Não, assinei e tenho consciência dessa intimação e discordo absolutamente por estar respondendo como responsável por isso", reclamou.

"Meus advogados já estão vendo isso, o que pode ser feito e quando vai vencer esse prazo de 48 horas. A entrevista ainda está no meu canal, não sei até quando. Quem tiver curiosidade de ver o que aconteceu, está lá", finalizou.

Confira vídeo de Antonia Fontenelle publicado no Instagram:

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Entenda o caso

O testamenteiro dos bens de Chico Anysio (1931-2012), Paulo Cesar Pimpa da Silva, entrou com uma ação contra Malga Di Paula, viúva do humorista, por ter sido acusado de tomar posse de valores do inventário do comediante. A causa da ação é uma entrevista que a artista concedeu para o canal do YouTube de Antonia Fontenelle, que também foi envolvida na ação.

Na entrevista de uma hora, Malga dá sua versão para o imbróglio envolvendo os bens deixados por Anysio. Entre outras declarações, a escritora e empresária disse que os filhos do humorista não atendem suas ligações, que o marido sofria agressões do irmão e se endividou por causa do vício em corridas de cavalo, e ainda acusou o testamenteiro de não prestar contas do inventário.

"Ela [Malga] disse que o Paulo teria se apropriado de valores de aluguéis de salas comerciais que eram do Chico. Havia dívidas das salas, compromissos a serem pagos. Não sobrava muito dinheiro. E sobre isso, ele já tinha prestado contas na Justiça", afirmou a advogada Amanda Saraiva, que representa Pimpa, em entrevista ao jornal Extra.

No processo, que tramita na 4ª Vara Cível da Barra da Tijuca, o testamenteiro pede R$ 30 mil em indenização por danos morais --tanto de Malga quanto de Antonia-- e exige ainda que a entrevista seja retirada do ar.

Malga mostrou indignação na conversa com Antonia Fontenelle publicada em março. Isso porque o testamento do eterno professor Raimundo foi anulado pela Justiça por deixar de fora um dos filhos do comediante, Lug de Paula --ator conhecido por viver o Seu Boneco na Escolinha--, o que é proibido por lei.

A viúva explicou que também foi contestada a determinação de Chico de que ela herdasse seus bens materiais, enquanto a propriedade intelectual iria para os filhos.

A Justiça decidiu que a divisão era incorreta, pois Malga não poderia ficar com mais de metade da herança. "É um absurdo essa sentença. O juiz diz que ele está anulando porque o Chico deixou mais de 50% dos bens para mim. Como que ele [juiz] sabe, se o perito não avaliou a obra [intelectual]?", argumentou a escritora, que afirma ter recebido uma proposta de R$ 70 milhões de Silvio Santos pelo patrimônio intelectual do artista.

Confira a conversa completa de Malga Di Paula com Antonia Fontenelle:

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