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JAIME BLONDE

Antes de sucesso na Globo, Jô Soares foi agente 007 em novela da Record

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Jô Soares dá um leve sorriso durante o Programa do Jô

Jô Soares em talk show na Globo; artista viveu versão satírica de James Bond na Record em 1964

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 5/8/2022 - 11h20

Com carreira extensa na televisão, Jô Soares (1938-2022) já fez de tudo --foi até o famoso agente 007. O humorista interpretou uma versão satírica do personagem hollywoodiano em Ceará contra 007 (1964), novela da Record. O folhetim consistia em uma paródia do filme Moscou contra 007, da franquia de James Bond --à época, vivido por Sean Connery (1930-2020).

Na trama, que reuniu grandes comediantes da década de 1960, o comendador Giácomo (Adoniran Barbosa, 1912-1982) envia os capangas Jesuíno (Ary Toledo), Geraldo (Roni Rios, 1936-2001), Gervário (Borges de Barros, 1920-2007) e Genésio (Simplício, 1916-2004) para roubarem a fórmula do Jabá Sintético, um poderoso limpador desenvolvido pelo professor Bartolomeu Guimarães (Ronald Golias, 1929-2005).

Alvo dos bandidos, Bartolomeu decide contratar um agente secreto para protegê-lo. Mas a segurança não tem muito respaldo, uma vez que o próprio professor se coloca em risco. Apaixonado pela sensual Lamparina (Consuela Leandro, 1932-1999), o homem se distrai e acaba jogando a fórmula direto aos interessados.

Bartolomeu e Jaime Blonde (o fatídico personagem de Jô Soares), então, esbarram com figuras um tanto quanto malucas para conseguirem recuperar o produto. As misteriosas Tereza (Carmem Verônica) e Isabel (Cidinha Campos) são alguns exemplos.

Mais paródias

Ceará contra 007 não se aproveita apenas de James Bond, grande ícone de Hollywood. A secretária Lamparina, por exemplo, é uma versão bem-humorada da sofredora Mamãe Dolores (Isaura Bruno, 1916-1977) de O Direito de Nascer (1964), novela exibida na concorrente TV Tupi.

Jô Soares, Ronald Golias e Ary Toledo colaboravam na escrita da novela, criada por Marcos César. A direção era assinada por Nilton Travesso --que se manifestou pela morte do ex-colega de trabalho no programa Em Ponto, da Globo News, nesta sexta (5)

"Começamos a trabalhar em programas que criávamos de madrugada. E, de repente, nessa madrugada, depois de tantas que passei com ele, eu ouço que perdemos Jô Soares. É muito difícil expressar, foi muito cruel essa madrugada para todos nós. O Jô Soares faz parte da nossa vida", declarou.

Além da novela, na própria Record, ele ainda participou de humorísticos, como A Família Trapo (1967-1971) --em que também assinou o roteiro, ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega.

Jô Soares morreu às 2h20 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Segundo nota do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o artista estava internado desde 28 julho. A causa da morte não foi divulgada, e o velório será reservado apenas para amigos e familiares.


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