FIM DE CICLO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Jô Soares no palco do Programa do Jô (2000-2016); talk show foi encerrado por decisão da Globo
Encerrado em dezembro de 2016, o Programa do Jô (2000-2016) deixou muitos telespectadores saudosos. Anos antes do fim da atração, Jô Soares (1938-2022) já havia sido alertado sobre o término e acertado o desfecho. Concorrência com o SBT, renovação da programação da Globo e a saúde debilitada do apresentador, que morreu nesta sexta (5), foram fatores determinantes. Jô Soares, no entanto, recusou um retorno à TV com um quadro: "Não vou aceitar jamais andar para trás", disse na ocasião.
O fim do Programa do Jô da forma que o público o conheceu, como talk show das madrugadas de segunda a sexta na Globo, foi anunciado em primeira mão pelo Notícias da TV. A princípio, a ideia era de que a atração deixasse de ser diária e dividisse horário com um novo programa de Marcelo Adnet --ele de fato apresentou o Adnight Show (2016-2017), mas o programa não chegou a substituir o Programa do Jô, posto que ficou com o Conversa com Bial.
Na época, entre 2014 e 2015, Adnet estava em alta na Globo, com o sucesso do Tá no Ar (2014-2019). Já o Programa do Jô tinha tido queda de audiência, várias vezes perdendo para o The Noite, de Danilo Gentili, no SBT.
Além disso, em 2014, o apresentador veterano ficou afastado do trabalho durante cinco semanas, para tratar uma pneumonia --no período, reprises de entrevistas foram exibidas. Mesmo assim, no final daquele ano, a Globo renovou contrato com o apresentador por mais duas temporadas.
No entanto, em fevereiro de 2016, o Notícias da TV publicou que o Programa do Jô chegaria ao fim em dezembro. Jô Soares confirmou a informação: "Já estava combinado havia dois anos, desde que eu renovei contrato. São 28 anos de programa de entrevista. Foi um belo caminho".
O talk show seguiu com entrevistas inéditas entre abril e dezembro. Ao longo do ano de 2016, houve reuniões para definir o futuro dele. A emissora queria que o humorista, escritor e apresentador fizesse uma coluna semanal no Jornal da Globo, para aproveitar o olhar crítico do escritor e para que ele tivesse uma carga de trabalho menor, por conta de sua saúde e sua idade.
Mas o apresentador não quis saber. "Não vou aceitar jamais andar para trás. Eu fiz o Jornal da Globo há milênios [nos anos 1980]. Eu não tenho o menor interesse em fazer, não preciso fazer, não quero e não vou [fazer]. Provavelmente, é uma proposta que vão me fazer e eu vou dizer não, obrigado. Se eu fizer o Jornal da Globo, daqui a pouco vou ter que fazer o Família Trapo", disse, em referência ao humorístico que teve na Record, nos anos 1960.
A Globo também cogitou que Jô Soares poderia ter um programa semanal em algum dos Canais Globo, projeto que também não se concretizou. Ele seguiu contratado pela emissora, mas afirmou: "Não tem nada [na TV] que me dê vontade de fazer no momento".
Jô Soares se manteve afastado da TV desde então, numa rotina discreta, trabalhando apenas com literatura e teatro. Ele morreu na madrugada desta sexta (5), em São Paulo. Estava internado no Hospital Sírio Libanês desde o dia 28 de julho, e a causa da morte não será divulgada. O velório e o enterro serão restritos para amigos e familiares.
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