Antes de morrer, ator esnobou trabalho na Globo: 'Não queria fazer Malhação'

Claudio Cavalcanti teve carreira marcante na TV brasileira. Com várias novelas em seu currículo, ele ganhou repercussão principalmente por A Viagem (1994). No fim de sua vida, passou a escolher trabalhos a dedo e recusou algumas propostas da Globo. "Não queria fazer participação especial em novela ou Malhação", afirmou. 

O artista nasceu em 1940, no Rio de Janeiro, e começou a carreira aos 16 anos, em peças de teatro. Estreou na TV em 1965, na série 22-2000 Cidade Aberta, da Globo. 

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Na emissora, participou dos elencos de novelas como Irmãos Coragem (1970), Dona Xepa (1977), Pai Herói (1979), Água Viva (1980), Baila Comigo (1981), Roque Santeiro (1985), O Salvador da Pátria (1989), Rainha da Sucata (1990) e Mulheres de Areia (1993). Em A Viagem, o ator se destacou no papel de Alberto, que comandava sessões espíritas.

A última aparição de Cavalcanti na Globo foi na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999). Nos anos seguintes, atuou em novelas da Record e do SBT e na série Sessão de Terapia (2013), a convite de Selton Mello. 

Na época em que apareceu na atração do GNT, Cavalcanti deu entrevista ao jornal O Globo na qual falou que não desejava aceitar qualquer papel. 

Tenho tido muitos convites, mas não queria fazer participação especial em novela ou Malhação. Queria voltar com algo que fosse espetacular. São 57 anos de carreira. Pode parecer cabotinismo, mas já fiz muita coisa boa. Claro que também já fiz coisas ruins. Só que agora eu devo um padrão de qualidade ao meu trabalho. Estava atrás de algo que fosse me dar orgulho e prazer de ter feito.

Sessão de Terapia foi o último trabalho do ator. Cavalcanti foi internado no hospital onde havia passado por uma cirurgia na coluna. Ele teve complicações cardíacas, insuficiência renal e um quadro que evoluiu para falência múltipla dos órgãos, a causa de sua morte em 29 de setembro de 2013. O artista foi cremado, e as cinzas dele foram lançadas ao mar.