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LONGA DE 2017

Acusado de pedofilia em filme, Porchat rebate: 'Não é apologia, é ficção'

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

Imagem de Fabio Porchat durante Domingão com Huck

Fabio Porchat durante participação no Domingão com Huck; ator rebateu ataques de bolsonaristas

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 14/3/2022 - 17h57

Após ser acusado por bolsonaristas de pedofilia por sua atuação como Cristiano no filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017), Fábio Porchat rebateu as críticas. Nesta segunda-feira (14), o comediante reforçou  que vilões podem assumir papeis de racistas, pedófilos e nazistas, porque são de mentira: "Não é apologia, é ficção".

"Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas", disse o ator, em posicionamento enviado ao jornalista Leo Dias (Metrópoles). 

O apresentador do GNT, que atua no longa ao lado de Danilo Gentili, recordou outros crimes cometidos ficcionalmente por vilões: "Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. Renata Sorrah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim".

"Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus [2002]? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil [1998]? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida [2000]. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha", pontuou.

Neste domingo (13), uma cena do longa baseado no livro homônimo de Danilo Gentili irritou os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Nas imagens, o pedófilo Cristiano (Porchat) tenta abusar dos adolescentes Bernardo (Bruno Munhoz) e Pedro (Daniel Pimentel), mas não consegue.

"Vamos esquecer isso tudo, deixar isso de lado? A gente esquece o que aconteceu e, em troca, vocês batem uma punheta para o tio", sugere o vilão, que coloca a mão de um dos meninos em seu pênis na respectiva cena.

No Twitter, Mario Frias, secretário especial da Cultura, disse que o filme é uma "explícita apologia ao abuso sexual infantil" e que "afronta às famílias e às nossas crianças". Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que determinou "providências cabíveis para o caso" à pasta.

O longa tem classificação indicativa para 14 anos. Segundo a edição de 2021 do Guia Prático de Classificação Indicativa, documento do Ministério da Justiça e Segurança Pública que é utilizado como referência para a indústria audiovisual, conteúdos em que "um personagem se beneficia da prostituição de outro" ou que contenham cenas de indução e atração "de alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual" não são recomendados para menores de 14 anos.

Atos de pedofilia, descritos pelo manual como "violência sexual contra vulnerável (menor de 14 anos)" não são recomendados para menores de 16 anos. 

Confira os tuítes:

Posicionamentos

O Notícias da TV entrou em contato com Danilo Gentili e Fabio Porchat neste domingo (13), mas não obteve retorno até a publicação deste texto. No Twitter, Gentili debochou dos ataques.

"O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo", escreveu o apresentador do programa The Noite (SBT).

O longa está disponível na Netflix, no Globoplay e no YouTube. A Netflix disse que não se manifestará sobre o caso, e as demais plataformas não responderam à reportagem.

O Notícias da TV também entrou em contato com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, devido às declarações do ministro Anderson Torres sobre "providências cabíveis", mas não obteve retorno.


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