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DIA 101

Lavação de roupa suja no BBB já teve de xenofobia a climão com patrocinador

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Participantes do BBB14 conversam com Bial, em um telão, na lavação de roupa suja do programa

Lavação de roupa suja no BBB14; especial com reencontro de participantes retorna em 2021

ANDRÉ CARLOS ZORZI

azorzi@noticiasdatv.com

Publicado em 8/5/2021 - 7h10

Após alguns anos sem a tradicional lavanderia, a Globo resolveu reativar o reencontro entre participantes do BBB21 com o especial Dia 101, que será exibido neste sábado (8). Com a intenção de colocar os brothers para resolverem questões do confinamento, o episódio extra já trouxe declarações marcantes a respeito de xenofobia, homofobia e até um constrangimento com uma marca patrocinadora.

A lavação de roupa suja foi realizada nas cinco primeiras edições do reality show, e aleatoriamente em algumas temporadas posteriores, como em 2014 e 2015.

Frases como "baiano é preguiçoso" e "francês é um bando de nojento" repercutiram logo na primeira edição. Questionamentos sobre sexualidade, condição social e relacionamentos também tomaram conta. A Jean Wyllys, campeão do BBB5, o apresentador Pedro Bial chegou a afirmar que "homofobia não é preconceito". Relembre abaixo.

'Baiano é preguiçoso'

Declarações xenofóbicas dadas na casa também foram destaque na Lavanderia do BBB1. A primeira foi dada por Bruno Saladini, após Adriano Castro, de Salvador, afirmar que não conseguia comprar um carro por conta de sua condição financeira. "De repente... Você é baiano, né? É preguiçoso, não vai ter disposição de trabalhar dez meses numa loja, oito horas por dia, para comprar um carro", disparou o modelo.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Xaiane, Bruno, Leca e Adriano, do BBB1

No estúdio, depois do fim do programa, Bruno tentou se justificar: "Queria me defender em relação aos baianos. Amo a Bahia de paixão, estava lá 15 dias atrás, passei momentos maravilhosos. Aquilo ali eu fiz para ele provar um pouquinho do remédio dele, que vai cutucando a onça. Brinquei, né?".

O ofendido rebateu: "Quero dizer que baiano não é preguiçoso de jeito nenhum, meu irmão. Baiano é um povo trabalhador, que gosta de trabalhar, acorda cedo para trabalhar e não leva desaforo para casa, não".

'Francês é nojento'

Outro momento de xenofobia ocorrido na casa envolveu o próprio Adriano. Diante de Sergio Tavares, que nasceu em Angola mas viveu boa parte da vida na França, afirmou: "Francês é um bando de nojento. Sabe o que deviam fazer com a França? Fazer um muro. Cercar a França inteira e dizer: 'Vivam aí, ó'. Não querem? Vão morar aí, na porra do seu país".

reprodução/tv globo

Sergio ao lado de Vanessa Pascale

"Ele não sabe o que tá falando...", desconversou Sergio. "Não, não conheço a França, não [em tom irônico]... A França sempre foi imperialista, rapaz! Sempre quis conquistar, sempre quis dominar outros povos", rebateu o baiano. A discussão ainda continuou, até que o francês encerrou: "Não vou discutir uma coisa que acho radicalismo da sua parte, dizer que somos nojentos".

No estúdio da lavanderia, Sergio abordou o tema: "Chamar nojento a alguém, tudo bem. Agora, chamar toda uma população, uma identidade? Acho isso completamente fora de ética. Brigar ali? Não ia brigar. É uma coisa que não tem sentido. Ou a pessoa vai compreender, ou eu vou resolver isso depois".

Já Adriano se retratou: "Eu generalizei. Chamei todos os franceses de nojentos. Depois eu pedi desculpas por isso, no dia seguinte. Pedi desculpa porque falei besteira, bobagem. Foi uma situação que eu tinha acabado de acordar, estava estressado, falei as besteiras que todo mundo ouviu".

Saia justa com patrocinador

"A Fiat tem que dar um carro para todo mundo", pediu Adriano no reencontro após a final do BBB1. Bial deu risada, e tentou contornar a situação: "Deixa os nossos patrocinadores em paz!". Caetano Zonaro não deu ouvidos e insistiu: "Fiat, tem até uma musiquinha que a gente fez pra vocês...". "Que Fiat, Caetano?!", rebateu o apresentador, tentando cortá-lo, em vão.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Fiat patrocinou primeira prova de resistência

"Cadê o meu Doblò! Onde ele está? Hoje é dia de ganhar o meu Doblò!", cantou o primeiro eliminado da história do reality, fazendo referência a um modelo de carro da época, buscando incentivar os colegas a se juntarem a ele--alguns visivelmente constrangidos.

Incomodado, mas rindo da cara de pau de Caetano, Bial encontrou a solução ideal: interrompê-lo e chamar o intervalo: "Ok, fecha o áudio dele! A Fiat patrocina o programa, trata vocês a pão de ló e vocês ainda tão pedindo mais? Daqui a pouco a gente volta!".

Em outro momento, após Kleber Bambam falar sobre sua boneca, Maria Eugênia, e Caetano citar a presença da cadelinha Mole na casa, Adriano voltou ao tema: "Boneca emociona, realmente. O cachorro emociona. Mas um Doblò emociona muito mais!". Novamente, o apresentador buscou abafar o pedido.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Bambam, Maria Eugênia e Caetano

Pedro Bial também foi o centro das atenções ao fim do programa, quando Adriano pegou o microfone e prestou solidariedade ao apresentador, que havia sido alvo de um assalto dias antes no Rio de Janeiro. Na ocasião, um bandido chegou a atirar em direção à sua cabeça, mas a arma falhou.

"Não tem nada a ver com o programa, mas atingiu todo mundo aquele atentado que você sofreu. Estou aqui em nome de todos para lhe desejar muita saúde, você merece. Você sabe que pulou uma fogueira e nasceu de novo", disse o baiano. "Muito obrigado. Mesmo", respondeu o jornalista.

'Homofobia não é preconceito', disse Bial

A homossexualidade de Jean Wyllys tomou conta das principais discussões da Lavanderia do BBB5. Após a exibição de cenas em que participantes faziam piadas homofóbicas, o apresentador questionou como ele encarava o "preconceito a respeito de sua preferência sexual".

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Jean Wyllys, campeão do BBB5

Na sequência, o professor entrou em um embate com Paulo André Costa, que revelou surpresa com a descoberta de que o colega era gay dentro da casa: "Conheço pessoas que são homossexuais e são parceiras. Eu não sabia, não tinha certeza de nada. Foi um baque pra gente".

"Falar [sobre minha homossexualidade não tem] problema nenhum. O problema é a maneira que se fala. Por exemplo, a gente sabe que vive num país de maioria negra, e você, como negro, não gostaria de uma piada racista", explicou o baiano.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Pedro Bial apresentou a lavanderia do BBB5

Em determinado momento, Bial interrompeu a discussão para um comentário bizarro: "Eu queria só falar uma coisinha: homofobia não é preconceito. Homofobia é um padrão de comportamento que acontece em todas as sociedades e culturas humanas através dos tempos. Onde há homossexualismo [sic], há homofobia. Não é um processo consciente das pessoas".

'Corrimão'

No reencontro entre participantes do BBB2, a polêmica Tina Dias suscitou alguns dos principais debates, com comentários machistas e homofóbicos: "[Chamar a Thaís Pugliese de] corrimão foi porque, realmente, [ela] passou na mão de todo mundo. Fabricha [Fabrício Amaral] porque quem enfiou o cuecão na bunda foi ele, não eu. O Brasil viu, por isso eu tenho popularidade. Eu fiz coisas que as pessoas queriam fazer dentro da casa".

Pedro Bial questionou Thaís sobre a ofensa: "Uma coisa você ficou chateada, quando te chamaram de corrimão. Você fez alguma autocrítica? Acha que estava se comportando de uma maneira muito infantil? Enfim. Ser ou não ser corrimão? Eis a questão". "Acho que é uma coisa muito forte para se dizer", respondeu a participante.

Confira um trecho da discussão abaixo:

'Ainda por cima, gaúcho!'

Em outro momento, Tina também rebateu boatos de que seria lésbica: "Se sou ou não sou, não importa. Se eu tenho caso com alguma mulher, a vida é minha, faço o que quero".

Bial aproveitou o tema: "Quem sofreu com acusações de gay e tal foi o Fabrício. Ainda por cima gaúcho! Devem ter enchido o saco do Fabrício quando voltou lá". "Foi uma imagem que nunca imaginei estar sendo questionado aqui fora. Não tenho nada contra a classe gay, respeito pra caramba", respondeu o "acusado".

Namoro duplo

Na lavação de roupa suja do BBB3, o foco foi a vida amorosa do campeão Dhomini Ferreira. Mesmo dando início a um relacionamento com Sabrina Sato dentro da casa, o goiano não havia decidido se terminaria com sua então namorada, Manoela. Questionado por Bial, ele buscava se esquivar, jogando a responsabilidade da resposta para Sabrina.

reprodução/tv globo

Dhomini e Sabrina na lavanderia do BBB3

"Não inverte as coisas! Não é ela que tem que resolver, é você que tem uma namorada [lá fora], e ela aqui", enquadrou o apresentador. "São duas pessoas fantásticas. Namorava com a Manuela há três anos. Preciso conversar com ela", respondeu Dhomini.

Sabrina, ao seu lado, ficou sem jeito: "Bial, olha a situação que você me coloca! Tô apaixonada, mas não vou ficar esperando o cara a vida inteira".

Curiosamente, o programa também contou com a participação de Rodrigo Leonel, campeão da edição anterior. Ele opinou sob o ponto de vista do telespectador e alfinetou alguns participantes.

Superpobrinhos

O poder aquisitivo dos participantes foi um dos motivos de debate após o BBB4. "Começou tudo com o negócio do superpobrinhos e do clube do bom, que foi dado como riquinho. Foi um erro. Os bem providos contra os mal providos. Achei uma puta sacanagem. Para mim foi a primeira forma de combinar voto dentro do jogo, com um pretexto de luta de classes", reclamou Marcelo Dourado.

Um embate entre Tatiana Giordano e Cristiano Carnevale descambou para a baixaria. A lutadora questionou o carioca sobre sua condição financeira: "Você falou no paredão que não tinha um real para comprar uma revistinha, chorou, o Brasil se comoveu. Quando saiu do programa, me ofereceu uma carona no seu carro. Como você tem dinheiro para comprar gasolina num carro?".

"Você já trabalhou na sua vida? Eu trabalhei desde os 14 anos. Meu carro não está pago. Comprei porque era gerente de loja, estudei pra isso. Não preciso posar para revista de mulher pelada ou homem pelado para conseguir dinheiro. Eu tenho caráter!", alfinetou Cris.

Tati rebateu: "Você se ofereceu para sair na G Magazine [revista erótica voltada ao público gay que fazia sucesso à época] e eles falaram que não queriam afeminados na revista. O cara que compra a G quer ver homem, não afeminado". Relembre abaixo:


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