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CASO DE POLÍCIA

BBB19: Polícia Civil abre inquérito para apurar casos de racismo e intolerância

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Após declarações de Maycon e Paula, Polícia Civil abre inquérito para investigar casos de racismo no BBB19 - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Após declarações de Maycon e Paula, Polícia Civil abre inquérito para investigar casos de racismo no BBB19

VINÍCIUS ANDRADE

Publicado em 11/2/2019 - 12h42

A Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) do Rio de Janeiro abriu inquérito para apurar as declarações polêmicas feitas por Paula von Sperling e Maycon Santos durante o confinamento no BBB19. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em nota enviada à reportagem do Notícias da TV nesta terça-feira (11). Em nota, a Globo informa que não foi notificada do inquérito aberto e que respeita a diversidade.

Leia também:Leifert quebra o silêncio sobre racismo e intolerância no BBB19: 'Em avaliação'

"De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, foi instaurado inquérito para apurar o ocorrido. As investigações estão sob sigilo", informa a Polícia Civil.

As polêmicas mais recentes sobre o tema foram exibidas pela Globo na edição do BBB19 que foi ao ar no domingo (10). Durante a última festa, Rodrigo França e Gabriela Hebling ouviam a música Identidade, do cantor Jorge Aragão, de mãos dadas e de costas um para o outro. Maycon, ao ver a cena, disse que sentiu um arrepio com "músicas esquisitas".

"Cumprimentei [a Gabi e o Rodrigo], conversei, de repente eu senti um arrepio. Começou a tocar umas músicas esquisitas. Olhei para os dois, num sincronismo legal. Achei legal, juro por Deus. De repente, comecei a olhar e escutar uns negócios. 'Não faça igual a eles'. Aí veio Jesus Cristo na minha mente. 'Se fizer igual a eles, eles ganharão mais força'. Eu não sou doido", falou Maycon em conversa com Diego Wantowski. Veja:

Na quarta (6), Paula também comentou sobre a religião de Rodrigo. "Eu tenho muito medo do Rodrigo", comentou a advogada. "Medo do quê? Acha que ele [Rodrigo] vai te mandar para o paredão?", questionou hariany Almeida.

"Não, eu tenho medo de eu pegar o líder e mandar o Rodrigo para o paredão. Ele mexe com esses trecos aí. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu fico com medo disso tudo", respondeu Paula.

"Mas não fala disso, não. As pessoas dessas religiões lá fora vão achar que você é preconceituosa", tentou corrigir a goiana. "Mas eu não sou, não. Nosso Deus é maior", finalizou a mineira.

'Show' de intolerância e racismo
Antes dos comentários de intolerância religiosa, Paula já era alvo de críticas dos telespectadores do Big Brother Brasil 19 por declarações sobre cotas, humor negro e racismo reverso. Agora, ao lado de Maycon, ela tem protagonizado conversas constrangedoras.

Na madrugada desta segunda, o vendedor de queijos deixou claro que tem medo da religião de Rodrigo e de Gabriela.

"Respeito as religiões, mas tenho um certo medo, porque já aconteceram muitas coisas comigo. Uma vez, vi dois urubus em pé, um de costas pro outro. Eram dois espíritos ruins, que estavam comendo umas macumbas. Ai na festa eu sentei ali de boa e comecei a comer", relatou o mineiro.

"Daí o Rodrigo e a Gabriela chegaram, ficaram um de costas pro outro, se abraçaram e começaram a fechar os olhos. Ouvi várias vozes falando comigo dizendo: 'não seja como eles'. Não só eles, mas todo mundo que é assim. Daí as vozes ficaram falando de Jesus Cristo", finalizou.

Na manhã desta segunda (11), Maycon continuou com o preconceito. Ele chegou a insinuar que a gripe que Isabella Cecchi teve nos últimos foi fruto de um "trabalho" de Gabriela. "Eu falei pra Isa, mas a Isa falou assim: 'Ah, mas a Gabi é uma pessoa muito boa'. 'Ela é uma pessoa boa, mas talvez a pessoa ruim é a que está andando junto com ela'. Porque esses dias que ela [Isa] ficou doente, foi muito estranho", destilou o vendedor de queijos.

Paula ouviu Maycon e concordou: "Pegar gripe assim, né?". "Foi coisa estranha isso aí. E não era pra ela não, viu?", disse o mineiro. "Se a gente está blindado, isso pega sempre nas pessoas mais próxima", respondeu a advogada.

No Big Brother gringo, racismo de confinados rende demissão e ostracismo. Essa não é a primeira que o BBB19 vira caso de polícia. O participante Vanderson Brito foi expulso no mês passado para responder três inquéritos abertos na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) do Acre.

Em nota, a Globo informa que não foi notificada do inquérito aberto e que respeita a diversidade. "Não fomos notificados, mas é importante pontuar que a Globo respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia com veemência qualquer tipo de intolerância e preconceito, em todas as suas formas."

"Desde 2016 a emissora mantém no ar a campanha ‘Tudo começa pelo Respeito’, em parceria com Unesco, Unicef, Unaids e ONU Mulheres, que atua na mobilização da sociedade para o fortalecimento de uma cultura que não apenas tolere, mas respeite e discuta amplamente os direitos de públicos vulneráveis à discriminação e ao preconceito. Desta forma, é importante reiterar que qualquer manifestação pessoal, equivocada ou não, feita pelos participantes do programa, não reflete o posicionamento da emissora", diz a emissora ao Notícias da TV.

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