Por que Xepa do BBB 22 reclama de fome? Psiquiatra aponta fator emocional

Os participantes que estão na Xepa do BBB 22 reclamam com frequência de fome durante a passagem pela cozinha mais restritiva do reality da Globo. Mas será que o que eles relatam é realmente fome? O psiquiatra Jairo Bouer explica ao Notícias da TV que fatores emocionais contribuem para que a necessidade de se alimentar se torne uma questão maior. 

"A fome até pode ter um componente psicológico. A gente sabe que quem está muito ansioso pode ficar com mais fome, quem dormiu mal ou ficou estressado usa a alimentação para compensar. Então, existe um componente emocional no ato de comer ou na sensação de fome. Mas fome é basicamente uma resposta do nosso organismo à falta de alimentos. As emoções potencializam essa necessidade", detalha o médico.

Na visão do especialista, os participantes do Big Brother Brasil não passam por uma dificuldade para se alimentar. Mas, por estarem sendo submetidos a dinâmicas estressantes e em um confinamento, têm a sensação de que estão famintos.

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PSICÓLOGA EXPLICA

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O médico ainda aponta que os alimentos oferecidos nos cardápios do VIP e da Xepa provavelmente passaram por uma análise nutricional com um profissional de saúde. Portanto, a alimentação não deveria ser um bicho de sete cabeças.

"Não acho que alguém vá passar fome. Esse não é o objetivo do programa. O que tem é uma limitação de alimentos, e a quantidade também é mais restrita. Talvez você não consiga repetir. Devem existir situações em que as pessoas queiram comer algo e não possam ou não gostem de determinado alimento", argumenta Bouer.

Apesar de o médico racionalizar a questão da fome, é comum vermos alguns participantes com medo da falta de alimento. Nesta sexta-feira (4), por exemplo, Arthur Aguiar e Tiago Abravanel se estranharam com Douglas Souza por causa da quantidade de estalecas doada pelo ator para a compra da feira e dos mantimentos para a semana. A mão fechada fez com que o ex-Rebelde desse o alerta: "A gente vai passar fome".

Nutricionista Abravanel e a fome mental

No início da semana, o neto de Silvio Santos foi criticado por tentar consolar Lucas Bissoli --que, na Xepa, afirmava sentir muita fome. "Cara, o público quer entretenimento, mas a galera tá indo dormir pra não passar fome". 

O apresentador estava na cozinha mais farta há duas semanas, mas argumentou: "Isso é uma escolha. É uma forma de sobrevivência tomar água e ir dormir". Sem enfrentar a restrição de cardápio, Abravanel parece não ter entendido muito bem o sentimento do parceiro de jogo.

"Talvez ele tenha se expressado mal. Pode haver um componente emocional, mas não é só isso. Há hormônios que regulam saciedade e fome. São eles que avisam se você comeu pouco, se você tem uma baixa quantidade de energia, se você está gastando mais do que consumiu. Várias causas físicas podem levar à fome", explica o especialista.

Fome tem um componente emocional, mas fome é fome. É uma resposta do organismo à falta da alimentação em quantidade ou em frequência.

Grama do vizinho é mais verde

A Globo sabe que a divisão da casa em VIP e Xepa é um gatilho para brigas. Mas é também um elemento de comparação entre os participantes. Há quem coma melhor e com mais sabores, e os que são menos favorecidos. Isso potencializa a sensação de fome, pontua o psiquiatra.

"A gente funciona muito com comparação. Você olha para a sua mesa, olha para a mesa do vizinho e sabe que os outros estão comendo de tudo o que é bom, sem restrições. Isso pode muitas vezes impactar ou mexer com o processo de apetite e saciedade."

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