DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
Reprodução/Instagram
Neymar admitiu traição a Bruna Biancardi e teve apoio de colegas famosos em pedido de desculpa
Em 2023, temas como relações abertas e poligamia já abrem espaço para relações mais saudáveis e sinceras. Neste contexto, a traição de Neymar teve um desfecho inusitado. O jogador, conhecido pelas suas festas repletas de "parças" e mulheres bonitas, se viu encurralado pelas provas de seu encontro com a influenciadora Fernanda Campos. Ele acabou admitindo o erro.
Nas redes sociais, muitos amigos de Neymar demonstraram apoio, "passaram o pano" com um sonoro "todo mundo erra". Mas em nenhum momento demonstraram empatia com Bruna Biancardi, que foi traída, grávida, para o mundo todo ver.
Sim, todo mundo erra. E traições também podem ser perdoadas. O que se coloca em discussão aqui é como há dois pesos e duas medidas na análise da traição quando a coisa é com as mulheres.
A internet não perdoou e fez comparações com o caso de Luísa Sonza, que até sofreu ameaças diante da suposta traição (nunca confirmada) a Whindersson Nunes. Na época, ninguém saiu em sua defesa, e a cantora foi cancelada por vários públicos diferentes.
O desejo humano ainda é algo enigmático. Durante toda a história da sexualidade, a liberdade masculina de ter mais de uma parceira foi defendida sob o discurso de que "homens têm mais desejos incontroláveis". Mas isso não é verdade.
O ponto é que, hoje, as mulheres também se permitem desejar sexualmente e, surgindo a possibilidade de namorar e casar sem os ditames da monogamia, prezam por relacionamentos mais sinceros.
Neymar tem (quase) tudo para viver como ele quiser. Dinheiro, beleza, fama. Se o desejo sexual fala mais alto que a fidelidade monogâmica, nada mais justo do que ele assumir um relacionamento aberto --e, inclusive, representar a causa. Mas o jogador sabe que isso implica que Bruna também poderia ter outros parceiros. Será que ele dá conta?
Com "parças" e estruturas sociais que são coniventes com seu comportamento covarde, ele sabe que pedir perdão traz menos perdas do que colocar seu ego à prova. Nesse caso, pedir perdão é muito mais um ato covarde de não assumir uma relação aberta do que um ato de coragem.
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