TRANSPLANTE
Reprodução/TV Globo
Camila (Carolina Dieckmann) terminará a novela Laços de Família (2000) curada da leucemia
Nos capítulos derradeiros de Laços de Família, que chega ao fim no Vale a Pena Ver de Novo nesta sexta-feira (2), Camila (Carolina Dieckmann) recebe a notícia de que o transplante de células-tronco ao qual foi submetida deu resultado, e ela está curada da leucemia. A personagem consegue fazer a cirurgia depois de sua mãe, Helena (Vera Fischer), dar à luz Vitória e doar o sangue do cordão umbilical para a filha doente.
Assim como é explicado na trama de Manoel Carlos, o procedimento tem até 30% de chances de dar certo e pode ser feito entre irmãos biológicos que tenham o mesmo pai e a mesma mãe.
O médico Nelson Tatsui, diretor-técnico do Grupo Criogênesis e hematologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), explica que as células-tronco do sangue do cordão umbilical podem substituir o transplante de medula óssea também em casos de linfomas e outras enfermidades imunológicas.
"Elas são usadas para recuperar o sistema hematopoiético [responsável pela fabricação das células sanguíneas] de pacientes submetidos à quimioterapia e/ou à radioterapia. Nessas situações, a infusão é vital, uma vez que esses tratamentos também destroem o tecido que produz o sangue do paciente", declara ao Notícias da TV.
A novela foi exibida pela primeira vez há 21 anos, mas a reprise trouxe à tona diversos questionamentos a respeito de como é feito o procedimento e seus resultados. Por isso, o especialista esclarece sete dúvidas sobre o assunto. Confira abaixo:
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Camila comemora sucesso de transplante com Helena
Como é feita a aplicação das células-tronco?
"Uma delas é o transplante autólogo, no qual as células (do próprio paciente), previamente armazenadas, são utilizadas. Já no transplante alogênico, as células são provenientes de outro indivíduo."
O procedimento é seguro?
"Totalmente. O sangue só é retirado da placenta e do cordão umbilical após a separação do bebê da mãe. A coleta é indolor e ocorre de forma rápida, dura poucos minutos. A drenagem do sangue é feita por meio de uma punção na veia umbilical do cordão e seu acondicionamento é realizado em bolsa contendo anticoagulante."
Qual a diferença entre o procedimento com células-tronco do cordão umbilical e o transplante de medula óssea?
"O processo com as células-tronco do sangue do cordão umbilical é mais simplificado. Ao coletar a medula óssea de um doador, realizam-se várias punções em um osso chamado esterno e/ou do osso ilíaco. O processo é mais complexo do que para a obtenção do sangue do cordão. Uma vez realizado o transplante, as células se multiplicam no organismo e substituem as doentes em poucas semanas."
Caso haja algum histórico familiar de câncer, pode-se congelar o sangue do cordão umbilical?
"Sem dúvida. Com as células criopreservadas há maior rapidez no tratamento e, após o transplante, há a diminuição dos riscos de rejeição e efeitos colaterais."
É possível coletar células-tronco de bebês prematuros?
"Sim. O procedimento poderá ser realizado a partir de 32 semanas de gestação. A Criogênesis segue a legislação brasileira e a AABB (Associação Americana de Banco de Sangue), entidade americana responsável pela auditoria da qualidade dos bancos de cordão umbilical, a qual exige que a coleta seja realizada por um profissional da área da saúde previamente treinado."
O sangue do cordão umbilical pode ser utilizado pela família a qualquer momento?
"No caso de doação, o sangue ficará armazenado numa unidade do banco público da rede BrasilCord, à espera de um paciente compatível. Neste caso, a família não poderá reivindicar o sangue de cordão, uma vez que foi doado. No sistema privado, a família dispõe do serviço de coleta e armazenamento, ficando assim, disponível para o próprio bebê e para potencial uso da própria família."
Quanto tempo as células-tronco podem ficar armazenadas sem comprometer a integridade do material?
"Há relatos que indicam unidades congeladas há mais de 25 anos. Se o processamento e a estocagem forem realizados adequadamente (mantidos em temperatura inferior a -150 C), a expectativa é de que as células-tronco continuem boas e viáveis durante décadas."
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