ESPECIALISTA ALERTA
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Zé Neto, dupla de Cristiano; sertanejo teve doença no pulmão após uso de cigarro eletrônico
O uso de cigarros eletrônicos tem se tornado comum entre anônimos e famosos. No entanto, essa nova febre pode causar danos graves à saúde e resultar em um problema ainda maior: "Aumenta em mais de quatro vezes o risco do uso do cigarro convencional", alerta a oncologista Isabella Drumond Figueiredo.
Em entrevista ao Notícias da TV, a especialista explica que é necessário estar atento aos danos que podem aparecer a médio e longo prazo por consequência desses novos "acessórios", que, inclusive, continuam proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Os cigarros eletrônicos predispõem a uma síndrome respiratória aguda chamada Evali, uma doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico. Os principais sintomas dessa síndrome são: tosse, falta de ar e dor no peito, além de sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia e sintomas inespecíficos como febre, calafrio e perda de peso", detalha.
O sertanejo Zé Neto, dupla de Cristiano, é a prova viva de que o alerta da especialista deve ser levado a sério. Em dezembro do ano passado, a assessoria do músico revelou que ele havia sido diagnosticado com foco de vidro fosco, uma condição pulmonar causada pelo uso de cigarro eletrônico.
"Está tudo bem, e realmente passei por problema sério no pulmão devido ao cigarro eletrônico. Quem mexe com essa bosta, para com isso porque faz mal. Obrigada por quem rezou por mim, desejou coisas boas por mim. Está tudo bem", contou o artista por meio das redes sociais.
O aparecimento de dermatites e distúrbios neurológicos também estão associados ao uso desses aparelhos. "Como já foram identificados carcinógenos nesses cigarros, isso aumenta o risco para vários tipos de câncer", acrescenta a oncologista.
A especialista ainda destaca as substâncias que podem ser encontradas nesses cigarros:
Eles são prejudiciais à saúde porque liberam nanopartículas de metais pesados, solventes e outros produtos químicos que podem causar injúrias ao pulmão e às vias aéreas. Uma dessas substâncias químicas, por exemplo, o propilenoglicol que produz aquela fumaça de palco, pode acarretar danos aos pulmões e vias aéreas após exposição concentrada.
"Uma outras substância é o formaldeído, sabidamente carcinogênico [estimulante ao câncer]. A maioria dos cigarros eletrônicos contêm nicotina e há evidências de que a nicotina prejudica o desenvolvimento cerebral dos adolescentes".
Muitas vezes, o uso de cigarros eletrônicos é feito como uma forma de substituir o cigarro convencional. Apesar disso, a oncologista alerta que a opção "moderninha" é tão prejudicial quanto a comum.
"O aerossol dos cigarros eletrônicos geralmente contém menos produtos químicos tóxicos do que a mistura de 7 mil produtos químicos na fumaça de cigarros comuns, mas não é inofensivo, pois pode conter substâncias nocivas como nicotina, metais pesados e várias outras substâncias que desconhecemos, pois não há regulamentação em torno da sua produção".
Por conter nicotina, a versão eletrônica também pode levar à dependência e resultar na mesma sensação de abstinência do cigarro comum. "Segundo uma pesquisa realizada pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), o uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro convencional", reforça a médica.
Da mesma forma que sua versão convencional, o cigarro eletrônico também deve ser tratado como um vício e tem solução. "É importante ter determinação. Marque um dia para parar de fumar e corte gatilhos do fumo, livre-se das lembranças do cigarro e encontre um grupo de apoio, como amigos e familiares. Também é importante escolher melhor seus alimentos e procurar a ajuda de um especialista", completa a oncologista.
Assim como Zé Neto, outros famosos também já assumiram ter tido problemas em decorrência dos cigarros eletrônicos. No mês passado, Lucas Viana, campeão de A Fazenda 11, alertou seus seguidores após ser socorrido às pressas com falta de ar.
"Acabei de sair do pronto-socorro. Estava na festa e, de repente, me faltou ar de um jeito surreal. Não vinha nada, parecia que estava entupido de saliva. A gente nunca acha que vai acontecer com a gente. Hoje aconteceu comigo, mas amanhã pode acontecer com você. Isso aqui, a partir de hoje, não vai mais fazer parte da minha vida. Fica o alerta, o negócio é sério", disse ele.
A cantora Solange Almeida também é outro exemplo de que o uso desses aparelhos pode prejudicar até as cordas vocais. Após se tornar dependente do "vape" (como é chamado o vaporizador ou cigarro eletrônico), a artista faz fisioterapia para recuperar a voz. "É um começo da nova Solange, depois desse uso indevido do cigarro eletrônico, que quase culminou na perda total da minha voz e do meu emocional por inteiro. Me tirou do chão, de verdade", lamentou.
Já o caso da cantora americana Doja Cat foi ainda mais grave, e ela precisou passar por uma cirurgia de emergência nas amígdalas por causa do consumo excessivo desses cigarros. Em suas redes, ela explicou que o uso do eletrônico, junto à ingestão de álcool, levou à piora de um machucado que ela tinha na garganta.
"Eu estava tomando antibióticos, mas esqueci que estava tomando e então bebi vinho e usei 'vape' o dia todo. Comecei a ter um crescimento desagradável na minha amígdala, então tiveram que fazer uma cirurgia nela hoje", escreveu ela por meio do Twitter.
Também por meio do microblog, o youtuber Felipe Neto fez um alerta aos seguidores sobre a moda dos cigarros eletrônicos. "Por favor, amigos influenciadores, tenham um pingo de consciência. Parem de postar Stories, tiktoks e outros conteúdos fumando essa bosta de 'vape'. Vocês influenciam milhões de jovens. E fazem isso parecer 'foda, descolado, estiloso'. Por favor, tenham responsabilidade", pediu ele.
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