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CRITICADO EM PANTANAL

Com sangue no cacau, Luperi afasta sombra do avô e dá toque próprio a Renascer

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Belarmino (Antonio Calloni) em Renascer; coronel foi morto na própria plantação de cacau

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DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 31/1/2024 - 21h00

Bruno Luperi surpreendeu os que esperavam uma primeira fase de Renascer absolutamente idêntica à versão de 1993. Criticado em Pantanal (2022) pelo excesso de reverência aos roteiros originais de Benedito Ruy Barbosa, o autor deu toque próprio a uma das passagens mais icônicas da novela das nove --a morte de Belarmino (Antonio Calloni).

A fotografia de Walter Carvalho e a direção de Gustavo Fernandez também contribuíram --e muito-- para um dos capítulos mais memoráveis dos últimos cinco anos de teledramaturgia da Globo.

Um dos principais acertos de Luperi foi alçar Firmino (Enrique Diaz) ao posto de antagonista do prólogo da história. Ele originalmente era apenas citado pelos outros personagens.

Em 2024, o "coronel picapau" caiu nas graças do público até mesmo depois de ter mandado esfolar José Inocêncio (Humberto Carrão). Ele chegou a ganhar o apelido de "Loki de Ilhéus" nas redes sociais --pela semelhança entre a caracterização de Diaz e o vilão da Marvel interpretado por Tom Hiddleston.

Firmino ainda saiu de cena em grande estilo, com uma morte gráfica --e belamente dirigida-- na qual foi soterrado por sementes de cacau em uma armadilha de Belarmino.

Antonio Calloni também merece todos os créditos por ter construído um Belarmino que não ficou à sombra de José Wilker (1944-2014). Cada ator entregou a própria versão do antagonista, que muitas vezes só se encontraram no bordão "é justo, é muito justo, é justíssimo".

Outro tom

Luperi ainda se saiu bem no desafio de mexer em um dos textos mais inspirados de Ruy Barbosa, com a volta de José Inocêncio do mundo dos mortos. O público que assistiu a cenas com bastante galhofa em 1993 se surpreendeu com o tom sombrio no remake.

A derrocada de Belarmino, ainda que seguisse boa parte dos acontecimentos da versão original, ganhou força própria –a ponto de arrancar elogios até da autora Rosane Svartman, responsável por Bom Sucesso (2019) e Vai na Fé (2022), no X (antigo Twitter).

"Que capítulo bom! Realmente é uma aula --que eu mesma preciso relembrar-- de como é importante os mocinhos terem pequenas grandes vitórias na grande jornada. Não podem derrotar de vez o vilão, ou acaba a novela, mas não podem apenas sofrer", escreveu.

O sangue do coronel no cacau, bem como a vassoura-de-bruxa ganhando ares sobrenaturais, foram toques de mestre da direção.

Se mantiver o sarrafo nas alturas, Luperi provavelmente vai se credenciar para finalmente assinar a sua primeira novela inédita como titular. Ele, que até aqui foi colaborador do avô ou adaptou a obra dele em remakes, tem um projeto próprio engavetado na Globo --O Arroz de Palma, baseado no livro de Francisco Azevedo, para a faixa das seis.


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