Caso Paolla Oliveira: Psicólogo aponta quando admiração de fã se torna obsessão

A atriz Paolla Oliveira denunciou, recentemente, uma fã por ameaça e perseguição. A mulher trabalhava como figurante na Globo e admitiu ter passado dos limites ao tentar contato com a famosa. Segundo o psicólogo Yuri Busin, esse tipo de atitude acontece quando o admirador começa a criar distorções em relação ao admirado. 

Ao Notícias da TV, o especialista em neurociência do comportamento exemplifica quando o carinho de fã deixa de ser algo inocente e se torna motivo de preocupação. 

"Geralmente, essas pessoas [que perseguem] têm uma questão psicológica mais complexa, elas apresentam problemas em percepção à realidade, problemas com autoestima, com vínculos afetivos. Elas acabam desenvolvendo comportamentos obsessivos, isso pode fazer com que apareçam distorções dos pensamentos e emocionais. A pessoa que persegue se envolve em uma visão totalmente distorcida da realidade e acaba achando que tem uma conexão especial com aquele indivíduo", explica. 

A origem disso vem, muitas vezes, pelo sentimento de inadequação, uma busca intensa de validação emocional, entre outros transtornos, como o de personalidade, mas tudo depende de cada caso. A denúncia é uma forma de proteção e deve ser feita, mas é essencial que todos os envolvidos busquem apoio psicológico para lidar com os impactos desse assédio, tanto para a vítima quanto para o acusado.

O psicólogo explica que em casos como o de Paolla Oliveira, a perseguição pode resultar em traumas e prejudicar a vida da pessoa que está tendo sua privacidade violada.

"A vítima pode apresentar crises de ansiedade, por exemplo, além de problemas para sair na rua. Também é possível ter quadro de depressão, tudo vai depender de cada caso. Já para quem persegue, essa exposição pode ser muito difícil, porque pode gerar mais sentimentos de vergonha, culpa e rejeição, principalmente porque essa pessoa está na posição de vulnerabilidade psicológica", diz Busin. 

De acordo com o especialista, existem pontos que servem de alerta tanto para pessoas públicas quanto para anônimos na hora de identificar quando gestos de admiração se tornam motivo de suspeita. 

Quatro sinais de alerta são: se a pessoa está aumentando muito a frequência de contato e não é correspondida, no entanto, continua indo atrás; observar o comportamento de monitorar a vida da vítima; ter o sentimento de posse e direito pela vida do outro; e também a dificuldade de aceitar limites claros, o 'não'.

"O tratamento que eu sempre indico é o de terapia comportamental, que pode ser muito útil para a pessoa reconhecer e modificar os padrões de comportamento obsessivos. Acho que é bacana pensar: como a gente pode identificar internamente que está havendo uma obsessão, que pode se desenvolver um sentimento maior, causando um desvio?", completa. 

O que diz a acusada?

A mulher acusada se manifestou sobre a acusação em entrevista ao Portal Leo Dias. Ela alegou ter sido vítima de difamação por parte de Paolla durante as gravações da novela A Dona do Pedaço (2019), na qual a atriz interpretou a influenciadora digital Vivi Guedes. 

"Ela [Paolla] apontou o dedo na minha cara e me fez chorar", lembrou. "Desde 2019 sofro com crises de ansiedade e emocionais muito fortes. Fiquei traumatizada diante das atitudes dela", disse a mulher de 34 anos, que preferiu não se identificar e excluiu seus perfis nas redes sociais.  

Após ser denunciada pela atriz, a acusada admitiu ter passado dos limites com certas atitudes, mas reforçou suas críticas ao comportamento da artista. "Admito que errei muito, mas fui maltratada por muitas vezes, ameaçada e constrangida em público, e nem por isso fui à mídia me expor. Eu sofro porque sempre me dediquei e amei a Paolla", completou ela. 

O Notícias da TV não conseguiu contato com Paolla Oliveira até a publicação deste texto. À revista Quem, a equipe dela disse que "não comenta determinados assuntos do âmbito pessoal de sua cliente". A namorada de Diogo Nogueira também não se pronunciou sobre o assunto por meio das redes sociais.