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Veto a palavrão e a brincadeiras de mau gosto: por que Porchat deixará a Record

Antonio Chahestian/Record

Fábio Porchat em gravação de seu programa na Record: deve ficar no ar até o final do ano - Antonio Chahestian/Record

Fábio Porchat em gravação de seu programa na Record: deve ficar no ar até o final do ano

DANIEL CASTRO

Publicado em 2/10/2018 - 5h22

A censura a palavrões, o veto a entrevistados relevantes e o corte de brincadeiras consideradas de mau gosto são os principais motivos de Fábio Porchat ter decidido rescindir seu atual contrato e tentar negociar um novo com a Record. Na tarde de ontem (1º), o humorista exerceu uma cláusula contratual que lhe permite antecipar a rescisão do vínculo, mas manifestou o desejo de permanecer na emissora, sob novas condições.

Essas novas condições têm aspectos técnicos, como um novo esquema de produção (o atual é de coprodução), e artísticos. Porchat quer, sobretudo, mais liberdade.

O Notícias da TV apurou junto a profissionais próximos ao apresentador e a executivos da Record que ele vinha reclamando do excesso de "pi" nos palavrões ditos nas gravações. Por norma da cúpula da emissora, nenhuma palavra de baixo calão escapa ao ruído sonoro que a impede de ser ouvida plenamente.

Porchat também ficou frustrado com o veto da direção da Record à sua ideia de entrevistar todos os candidatos à Presidência da República. Ele não aceitou o argumento de que somente o departamento de Jornalismo da emissora deveria sabatinar os presidenciáveis.

Outro motivo de constantes reclamações era a censura a quadros que a direção considerava de mau gosto. As sugestões da produção do Programa do Porchat não chegavam nem a ser gravadas. Iam para a lata de lixo na fase de roteiro.

Um exemplo de brincadeira de mau gosto que foi ao ar ocorreu em outubro de 2016, menos de dois meses após a estreia do talk show. Convidada para uma gravação, a atriz Rita Cadillac foi surpreendida com a proposta de cravar sua "marca" numa "sarjeta da fama": ela ficaria apenas de shortinho e imprimiria seu famoso traseiro em uma placa de cimento.

A ex-chacrete, que viu uma analogia com filmes pornográficos, não gostou, abandonou a gravação e ameaçou processar a Record e Fábio Porchat. "Nunca me senti tão humilhada. Eu não estou na sarjeta, estou trabalhando. E, se estivesse na sarjeta, seria problema meu", desabafou ao Notícias da TV na época.

Porchat também ficou insatisfeito com a política de Recursos Humanos da Record. No fim do ano passado, toda a sua equipe de produção, contratada por uma produtora, teve de ser dispensada, porque a emissora se recusou a pagar os salários durante os meses em que o programa ficou fora do ar (janeiro e fevereiro).

Um quinto item fecha a lista dos motivos da supreendente rescisão: Porchat não suporta dar menos audiência (4,3 pontos em setembro) do que os concorrentes Pedro Bial (6,1), da Globo, e Danilo Gentili (5,8), do SBT. A única vez neste ano em que quebrou essa sina foi em 19 de setembro, quando entrevistou Xuxa Meneghel.

Descontente por causa disso tudo, Porchat fez uso de uma cláusula contratual que lhe permitia antecipar a rescisão contratual. Seu vínculo com a Record iria até 31 de dezembro de 2019. Tanto ele quanto a Record poderiam abrir mão da temporada de 2019 se notificasse a outra parte faltando pelo menos 90 dias para o final de 2018. O apresentador, no entanto, quer negociar um novo contrato. Será que a Record vai aceitar?

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