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FUTEBOL NA INTERNET

Streaming coloca transmissão tradicional em xeque e abala o mercado de TV

REPRODUÇÃO/ESPN, SPORTV E PRIME VIDEO

Montagem com imagens de João Guilherme, PVC e Rômulo Mendonça, da esquerda para a direita

João Guilherme, PVC e Rômulo Mendonça em transmissão; jornalistas migraram para o streaming

PAOLA ZANON

paola@noticiasdatv.com

Publicado em 8/2/2023 - 6h25

A chegada do streaming ultrapassou a bolha de filmes e séries e tem marcado cada vez mais presença no futebol. A migração das equipes de transmissão para as plataformas online e a quantidade maior de jogos coloca em xeque a tradicional cobertura televisiva, podendo afetar, inclusive, o mercado.

A exibição dos jogos da Libertadores, por exemplo, será majoritariamente online. A Globo, que perdeu a hegemonia do campeonato para o SBT, não conseguiu recuperá-la e transmitirá apenas um jogo por rodada na TV aberta, sem nenhuma outra exibição nos canais fechados.

A ESPN terá a exclusividade de dois jogos por rodada na TV por assinatura --ao todo, serão entre cinco ou seis, somando os não exclusivos. O problema é que, geralmente, é necessário adquirir um pacote esportivo com as operadoras de TV, além da assinatura convencional, para ter acesso às transmissões.

Por fazer parte do Grupo Disney, Star+ (R$ 32,90/mês) também passará os jogos da televisão, fazendo com que esse pacote adicional não seja mais necessário caso o usuário já tenha uma conta no streaming para assistir a filmes e séries.

A mesma coisa acontece com o Paramount+ (R$ 19,90/mês), que tem o direito de transmissão de 76 jogos da Libertadores e 78 da Copa Sul-Americana. Os assinantes não precisarão pagar a mais por isso.

E o público?

Para chamar o telespectador "veterano", que é o maior desafio por causa do costume e da pouca intimidade com a tecnologia, as plataformas de streaming têm "roubado" as equipes de transmissão da TV. O Prime Video, que transmitirá a Copa do Brasil, contratou Rômulo Mendonça, voz da ESPN, e André Hernan, que era repórter da Globo.

O Paramount+ tirou João Guilherme e Nivaldo Prieto da ESPN, e Paulo Vinícius Coelho, o PVC, da Globo para investir na Libertadores. Até mesmo Casimiro Miguel, que faz transmissões gratuitas no Cazé TV, canal do YouTube, puxou Luis Felipe Freitas da TNT.

"O público que se acostumou a ver o nosso trabalho em outras emissoras vem com a gente agora", afirma Prieto, em evento para a imprensa do qual o Notícias da TV participou. Para os narradores e comentaristas, a migração é positiva, já que há mais investimento em jogos e transmissões in loco e, consequentemente, mais volume de trabalho.

"O streaming muitas vezes é visto como algo diferente da televisão, até por ser algo recente, mas a própria TV está cada vez mais dentro da internet, as pessoas terão acesso, será um caminho natural pela facilidade de acompanhar", analisa João Guilherme. 

PVC destaca que, além da parte financeira, o público pode "levar seu time" para qualquer lugar. "A gente tinha que correr para casa para assistir ao jogo, mas agora não. Se não der para chegar em casa, a gente pega o celular e liga em qualquer lugar, dentro do carro", pontua. "E o sinal de streaming, não cai dentro do túnel! No rádio, o sinal desaparecia, eu perdi o gol", brinca ele.

Os telespectadores mais jovens também fazem parte do público-alvo. Para tornar a transmissão mais atrativa, por exemplo, o Paramount contratou Alê Xavier, que apresentava o Desimpedidos no YouTube. "Essa mescla é muito legal, porque consegue atingir todos os públicos e faz com que consumam o produto", avalia a ex-jogadora. 

"Tem um PVC, que está super acostumado a fazer isso em televisão, e tem uma Alê, ou alguém que é de internet e fala com o público mais jovem. Eu acho que essa é a grande tendência do mercado esportivo", aposta ela.


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