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DIONISIO FREITAS

Sem internet nem banheiro, jornalista encarou dilema em caçada a Lázaro

REPRODUÇÃO/RECORD

Imagem de Dionisio Freitas, com máscara, durante entrada no Fala Brasil

Dionisio Freitas em participação do Fala Brasil; jornalista encarou dilema no caso Lázaro Barbosa

Nas últimas semanas, o jornalista Dionisio Freitas foi enviado pela Record ao interior de Goiás para cobrir a caçada a Lázaro Barbosa, morto na segunda-feira (28). Neste período, o repórter enfrentou dificuldades logísticas, como a falta de internet ou de acesso a banheiros, juntamente com o dilema de informar os telespectadores, mas sem passar nenhuma informação que pudesse ajudar o serial killer em sua fuga.

"O caso Lázaro, além de demandar muito conhecimento técnico, necessitou também uma grande estabilidade emocional. Tanto para entender os riscos, a avalanche de informações que chegavam e a forma de transmitir a informação para quem estava do outro lado da telinha", conta Freitas ao Notícias da TV.

Repórter do Balanço Geral da Record Brasília, ele passou a entrar nos programas de rede da emissora, como o Fala Brasil, com as atualizações do caso. "Tinha que ser minimalista para deixar um painel das ações cometidas por esse homem considerado perigoso e, ao mesmo tempo, não passar detalhes da operação policial para evitar que Lázaro, que acompanhava tudo com um telefone, entendesse que estaria cercado ou que poderia escapar", destaca.

"Então, acredito que o caso Lázaro serviu para que entendesse em mim que estou preparado para enfrentar situações de tensão em nome da informação verdadeira. Seja no calor, sem internet e, às vezes, sem banheiro", complementa o repórter, que foi o primeiro jornalista a apresentar detalhes sobre a morte do foragido --12 minutos após Freitas, Roberto Cabrini conseguiu a confirmação do óbito com fontes oficiais

Com quase 20 anos de trajetória profissional, o jornalista avalia o trabalho das últimas semanas como um dos mais marcantes da carreira. "Desafio para apurar, vencer o cansaço, encontrar vítimas e manter em meio a tudo isso um discurso correto e imparcial. Existiam muitas fake news que demandavam um duplo filtro de apuração, com mais atenção e detalhamento na hora de repassar as informações ao telespectador", pontua.

A imprensa estava ansiosa, sim [com a resolução do caso], mas ávida em trazer boas noticias a moradores que já não conseguiam dormir ou que tiveram que deixar suas casas com medo dos ataques feitos por Lázaro Barbosa, ou a ele atribuídos. Enquanto jornalista não existe medo, e sim vontade de conseguir respostas. Durante todo esse tempo, foi essa sede por soluções que me guiou. Todos queriam a prisão de Lázaro, mas como ele havia noticiado, em uma carta deixada para a família, a possibilidade que algo pior pudesse acontecer nos trazia receio. Ele parecia cada vez mais ousado e não temia as tropas policiais. Imaginávamos hipóteses, mas queríamos todos, moradores e jornalistas, que ele tivesse seu julgamento em uma cadeira, como réu, no tribunal do júri.

Como repórter da emissora em Brasília, Dionisio acompanhou o caso desde 9 de junho, quando Lázaro havia invadido uma chácara em Ceilândia (DF) e matado quatro pessoas com tiros e facadas. "Não tínhamos ainda, naquele momento, a noção de que entraríamos em uma história tão densa e com tantos desdobramentos. No desenrolar da apuração, passamos a entender que ali existia uma teia de eventos consecutivos que já desenhavam não apenas um crime de latrocínio, mas algo assustadoramente maior", reforça.

"Foram dias puxados, de sacrifícios individuais. Mas acho que o resultado compensou muito. O nosso comprometimento com os telespectadores valeu cada suor derramado. Tive a possibilidade de iniciar a história antes dos holofotes e concluir o caso ao vivo depois de 20 dias de uma busca exaustiva para policiais, jornalistas e, especialmente, os moradores da região. O que senti? A sensação de dever cumprido", finaliza ele.

Confira a participação de Dionisio Freitas no Fala Brasil:


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