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SAIA JUSTA

Rita Batista se inspira em Marlene Mattos e defende: 'Tinha que ser daquele jeito'

REPRODUÇÃO/GNT e YOUTUBE

Montagem com Rita Batista no Saia Justa e Marlene Mattos no Casa Bahls

Rita Batista no Saia Justa e Marlene Mattos no Casa Bahls; apresentadora falou sobre diretora

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 19/9/2024 - 8h45

No Saia Justa de quarta (18), Rita Batista confessou que via Marlene Mattos como uma mulher inspiradora. Em bate-papo com as ex-paquitas Ana Paula Guimarães e Andrea Veiga, a jornalista afirmou que entende as motivações por trás das atitudes da diretora, que foi altamente criticada por promover um ambiente tóxico de trabalho na Globo. "Ela tinha que ser daquele jeito, senão seria engolida", disparou.

O tema da conversa era sonhos, e Tati Machado falou brevemente sobre desejar estar na televisão desde que era pequena. "Você tinha o sonho de ser paquita?", questionou Rita. "Eu queria ser a Xuxa e usar a roupa das paquitas", disparou a apresentadora.

"Eu peguei a última geração das paquitas. Eu participava do Xuxa Park [1994-2001] com o espetáculo de teatro que eu fazia parte, e eu fico muito nesse lugar do encantamento com a televisão. Eu acho que se me chamasse para ser paquita eu aceitava, se me chamasse para ser a Xuxa eu aceitava", complementou Tati.

Eliana, então, questionou Rita, que respondeu na lata que queria ser Marlene Mattos. "Eu vou explicar, calma. Sem a toxicidade do período, sem as questões complicadas", justificou ela.

"Quando eu descobri que Marlene era uma mulher preta, nordestina, gay e que era a mulher que geria aquilo tudo, coordenava aquilo tudo, que tinha que dar resultado, tomava conta de vocês [paquitas], tomava conta de Xuxa, tinha a carreira internacional de Xuxa ainda. Eu dizia: 'rapaz, é essa mulher aí que manda mesmo no negócio, né?'", ponderou a apresentadora do É de Casa.

Rita ainda disse que sonhar é um privilégio de poucos. "A gente estava falando aqui de sonho, do que cada uma quer da vida, mas há pessoas que, infelizmente, não têm essa possibilidade."

"A vida é tão dura, tão concreta, que a pessoa não tem nem a chance de sonhar; que o sonho é fagocitado mesmo pela realidade, e a pessoa tem que colocar isso para depois, em muitas esferas. A sobrevivência exige mais dela, do que isso de fantasiar alguma coisa, chegar em algum lugar almejado", afirmou.

A reflexão fez com que ela pudesse entender o que levava Marlene Mattos a cometer algumas atrocidades nos bastidores. "Voltando à Marlene, eu sei, há questões, mas eu acho que naquela época, para ela dar esse resultado, para ela fazer o que tinha que fazer, ela tinha que ser daquele jeito, senão ela ia ser engolida, trucidada", observou.

"Depois, as responsabilidades --porque não podemos esquecer nunca disso, que com mulher o bicho pega muito mais-- seriam todas embutidas na conta dela, dizendo: 'a incompetente, que não deu resultado...'", disparou.

Ana Paula Guimarães, que era conhecida como Catu, entendeu o ponto de Rita Batista, mas ainda criticou as atitudes de Marlene. "Tem um paralelo aí nessa coisa... Porque necessário não era. Você estava lidando com criança. Tem uma coisa da liderança, e uma coisa do poder. Quando a pessoa começa a imputar o poder dentro dela, achar aquilo o máximo e exercer aquilo para oprimir, aí passa a ser abusivo", rebateu a diretora.

"Eu entendo toda essa parte --ela tem todos os méritos dela. Ela é uma mulher que conquistou, era um programa dirigido por mulher, feito por mulher, cercado por mulheres, roteirista mulher, então já tinha uma coisa empoderada ali, muito forte, de muita energia. Mas o que me deixa mais assustada é a pessoa não reconhecer que algumas coisas não eram necessárias", continuou.

"Hoje", interrompeu Rita. "Hoje e nem naquele momento", insistiu Ana Paula. "Naquela época, acho que a gente permitia também, né? Que muitas coisas acontecesse. A gente se entretinha com aquelas crianças trabalhando até 3 horas da madrugada", pontuou a apresentadora do Saia Justa.

"É um momento da televisão, que hoje a gente reavalia e, é claro, a gente tem que fazer esse exame de consciência, mas eu sempre penso que essa coisa de muita luz, tem muita sombra também. Para não ficar somente a pessoa em um lugar de vilania. Há pessoas que permitiram que ela pudesse fazer aquilo, que aquilo acontecesse", explicou.

"Sim, era um sistema. Tinha todo um sistema em volta. A gente não está atacando a pessoa", concordou Ana Paula, que afirmou que, no documentário das Paquitas, foi oferecido a Marlene um espaço para falar, mas ela se recusou.


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