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TAPAS & BEIJOS

Reprise dá chance de elenco 'chorar junto' a morte de Flávio Migliaccio

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

O ator Flávio Migliaccio com a roupa típica libanesa como o seu Chalita em cena de Tapas & Beijos

Flávio Migliaccio interpreta o libanês Chalita em Tapas & Beijos: despedida impedida pela pandemia

DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro

Publicado em 29/7/2020 - 17h45

A partir da próxima terça-feira (4), a reprise de Tapas & Beijos (2011-2015) vai dar uma chance de o elenco se despedir de Flávio Migliaccio (1934-2020). Intérprete do libanês Chalita, o veterano morreu durante a pandemia de coronavírus (Covid-19) e impediu que os atores se reunissem para uma devida homenagem à sua memória.

"Ele era o nosso astro-rei, um poço de sabedoria. Vai dar uma saudade para todos nós, mas vai ser muito bom revê-lo. A gente não teve a oportunidade de estar com ele, então vai ser uma maneira bacana de nós e o público nos despedirmos dele. Melhor, despedir não. Ele vai ficar para sempre. Algumas pessoas não morrem", disse Andréa Beltrão em entrevista ao Notícias da TV.

Um dos principais parceiros de cena de Migliaccio, Érico Brás se emocionou ao exibir um registro pessoal ao lado do artista durante um bate-papo com jornalistas para promover a volta do seriado na tarde desta quarta-feira (29). O vídeo trazia os dois batucando um samba nos bastidores enquanto Fernanda de Freitas ensaiava alguns passos como rainha de bateria.

"Quando ele partiu, e eu pude ler um trecho do que escreveu, eu vi o quanto é difícil ser o que a gente é, se comprometer com a carga que é ser artista. Guardo essas lembranças com profundo temor, porque não quero perdê-las. Foi um dos meus maiores mestres", relembrou o baiano.

O autor Cláudio Paiva avalia que a reapresentação vai dar a chance de todos finalmente colocarem as suas emoções para fora, uma vez que não puderam prestar um último tributo por conta da crise sanitária. "Televisão não se faz sozinho. A gente não tinha chorado junto ainda para lamentar a perda desse ente. Ele era parte da família, fundamental", afirma o roteirista.

Fim de ciclo

Fernanda Torres ainda lembrou que a produção marcou o fim de uma parceria entre Migliaccio e o diretor Maurício Farias, iniciada há quase 50 anos. Ao lado dos irmãos, Farias conheceu o ator ainda criança ao participar do filme As Aventuras do Meu Tio Maneco (1971), dirigido e protagonizado pelo próprio paulistano --que viria a se tornar uma figura querida pelo público infantil.

"Eu tive a honra de mergulhar pela primeira vez de verdade nesse mundo com o Flávio. Ele tinha uma pureza, ajudava a criar uma atmosfera poética, encantadora. Era muito contagiante. Ele sempre compartilhou comigo conhecimento, felicidade e valores importantes, humanistas", conta o marido de Andréa Beltrão.

Ele considera que rever Tapas & Beijos será um belo fecho para a relação que se estendeu por anos a fio. "Uma alegria poder reencontrá-lo nesse trabalho. Foi sempre uma honra enorme estar ao lado dele", arremata Farias.

Flávio foi encontrado morto aos 85 anos no início de maio em seu sítio em Rio Bonito, no interior do Rio de Janeiro. O seu último trabalho na televisão foi como o imigrante Mamede Al Adul na novela Órfãos da Terra (2019).

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