TV mais barata
Divulgação/Record
Gugu Liberato no cenário de seu programa, gravado na GGP, em Alphaville (Grande São Paulo)
DANIEL CASTRO
Publicado em 1/2/2016 - 5h33
Depois de Xuxa e das novelas, a Record vai terceirizar a produção de pelo menos quatro programas de auditório. O plano é passar para Gugu Liberato, até o início de 2017, a realização dos shows de Geraldo Luís, Rodrigo Faro, Marcos Mion e Sabrina Sato. Com isso, Gugu se tornará um superprodutor da Record. A parceria está prevista no novo contrato do apresentador com a emissora, que irá investir nas instalações de sua produtora. Com a terceirização, a Record irá demitir algumas centenas de funcionários e reduzir seus custos em 40%, de acordo com alto executivo da rede.
O Domingo Show é o primeiro na fila da terceirização. Ainda neste semestre, o programa passará a ser gerado ao vivo da GGP, em Alphaville, na Grande São Paulo, onde já é produzido o show de Gugu. Para deixar a Barra Funda (região central), onde hoje é realizado, o programa de Geraldo Luís aguarda investimentos na produtora de Gugu, como geradores de eletricidade, switchers (salas de controles de gravações) e ilhas de edição.
Parte dos investimentos será feito pela Record. A emissora irá ceder ao apresentador equipamentos em comodato _o valor do material será descontado das futuras dívidas da emissora com a GGP.
O projeto de terceirização da produção da Record está sendo tocado pelo bispo Marcus Vinicius Vieira, hoje o executivo mais poderoso dentro da emissora. Apenas com A Fazenda, no ano passado, Vieira conseguiu uma economia de R$ 20 milhões ao transferir a produção para a Floresta. O reality show custava R$ 50 milhões por edição. Passou a custar R$ 30 milhões.
A terceirização reduz custos porque a emissora deixa de contratar funcionários que não são produtivos o ano todo (quando o programa não está no ar) e elimina despesas diretas com áreas de apoio (segurança, contrarregragem, limpeza). Em contrapartida, tende a reduzir a qualidade dos programas _a Casablanca, por exemplo, está tendo dificuldades para recontratar antigos funcionários da Record no Rio de Janeiro, para montar a equipe da segunda fase de Os Dez Mandamentos, porque paga menos do que a emissora. Além disso, a Record pode sofrer ações judiciais. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga as terceirizações no RecNov e deve denunciar a emissora por terceirização da atividade-fim, o que é ilegal.
Alheio a questionamentos, no entanto, Marcus Vinicius Vieira tem um plano de longo prazo: transformar as instalações da Barra Funda em uma grande central de produção de jornalismo. Para tanto, precisa terceirizar todos os programas da linha de shows. Antes de desenvolver o projeto de terceirização, Vieira estudou o sistema de produção da TV norte-americana, em que as emissoras contratam estúdios independentes para realizarem suas séries e reality shows.
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