Pesquisa inédita
Reprodução/TV Record
Marcelo Rezende no Cidade Alerta: um de cada dois telespectadores do programa tem mais de 50 anos
DANIEL CASTRO
Publicado em 8/4/2015 - 4h46
O público da TV aberta está envelhecendo aceleradamente. Há cinco anos, 29 de cada cem telespectadores tinham mais de 50 anos. Em março último, 37 já tinha ultrapassado essa idade. Na outra ponta, não para de perder público jovem. Em março de 2010, 32% dos telespectadores tinham de 4 a 24 anos. Neste ano, eram apenas 24% nessa faixa etária. O público 25 a 49 anos manteve-se estável. Os dados são do Ibope, se referem a todo o mercado nacional e foram obtidos com exclusividade pelo Notícias da TV.
As pessoas com mais de 50 anos viraram o sustentáculo de um tipo de programa para o qual os críticos e educadores torcem o nariz. Das seis atrações mais vistas por senhores e senhoras, dois são telejornais sensacionalistas: o Brasil Urgente, de José Luiz Datena, na Band, e o Cidade Alerta, de Marcelo Rezende, da Record. Três programas da RedeTV! (Mega Senha, Luciana By Night e Operação de Risco) têm mais de 50% da audiência composta por pessoas com mais de 50 anos. O programa mais visto por idosos é o Jornal da Band. De cada cem telespectadores de Ricardo Boechat, 59 têm mais de 50 anos.
A Record é hoje a emissora com o público mais velho: 41% de seus telespectadores são maiores de 50. Há cinco anos, esse percentual era de 29%, e a Band era a TV com o público mais envelhecido. Além do Cidade Alerta, Fala Brasil, Programa da Tarde e Jornal da Record estão entre os programas mais vistos por idosos.
O público da Globo também envelheceu nos últimos cinco anos. A faixa dos maiores de 50 anos saltou de 29% em 2010 para 38%. O programa da emissora mais visto por esse público é um matinal dominical, o Pequenas Empresas Grandes Negócios. Em seguida, aparecem o Jornal Hoje, Bom Dia Brasil, Jornal Nacional e Globo Rural.
O estudo mostra que as pessoas com mais de 50 anos não gostam apenas de jornais sensacionalistas. Apreciam telejornais em geral. A novela mais vista por essa parcela da população é a das sete. Depois aparecem a das seis e a das oito.
O SBT é a única rede que não viu seu público envelhecer nos últimos cinco anos. A participação dos que têm mais de 50 anos cresceu apenas dois pontos percentuais, de 24% para 26%. Crianças, adolescentes e jovens são mais representativos. De cada cem telespectadores, 37 tinham de 4 a 24 anos em 2010. Hoje, eles são 36. Na faixa dos 12 aos 17 anos, subiram de 11% para 13%.
A maior incidência de crianças e jovens na audiência do SBT se justifica: foi a única emissora aberta comercial que manteve forte programação infantil nos últimos anos, ao contrário de Globo e Record. O programa da rede com maior incidência de idosos é o de Raul Gil (39%). Mas está na mesma faixa do Program da Sabrina (Record) e do Vídeo Show (Globo).
Diferentemente das faixas etárias, não houve variações significativas por sexo e classes sociais, apesar do tão propalado crescimento da classe C.
Enquanto o público da TV aberta envelhece, o da TV paga rejuvenesce. Há cinco anos, 35 de cada cem telespectadores de TV por assinatura tinham mais de 50 anos e 28 estavam na faixa de 4 a 24 anos. Hoje, a proporção de pessoas com mais de 50 caiu para 24 para cada cem telespectadores. Já a de menores de 24 subiu para 33 a cada cem.
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