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CECÍLIA GAMA

'As pessoas precisam saber que existimos', diz modelo trans vencedora de reality

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Cecília Gama com um look preto, mão no cabelo e olhando para o lado

Cecília Gama em ensaio fotográfico; vencedora do Born to Fashion quer ser porta-voz da comunidade trans

Inexperiente no meio da moda, Cecília Gama desbancou suas adversárias e se tornou a vencedora do Born to Fashion, reality show do canal E! criado para revelar uma "new face" transexual para as passarelas. A baiana de 20 anos quer mais do que apenas desfilar para grandes grifes: seu principal objetivo é acabar com a invisibilidade das mulheres trans.

"O reality foi um ótimo início para as pessoas entenderem as nossas vidas e começarem a nos olhar com mais respeito. Ainda estamos longe de alcançar o que a gente almeja, mas as pessoas precisam saber que existimos e que somos humanos", disse ao Notícias da TV. "Quero usar a minha voz para ajudar todas as mulheres transexuais e travestis a serem vistas com respeito e dignidade."

Cecília era um dos rostos mais jovens da competição, que reuniu dez candidatas de todo o país, e também a última do grupo a concluir seu processo de transição. 

Ela iniciou sua jornada em busca de sua real identidade em 2018, quando ainda tinha 18 anos. Mas foi somente em janeiro de 2019 que se assumiu definitivamente como Cecília. 

"Quando entrei no reality, eu tinha acabado de transicionar e tinha uma visão de mundo sob a minha perspectiva. Quando fiz contato com esse grupo, recheado de pessoas politizadas, para mim foram grandes aulas. Todos os dias eu acabava criando uma noção diferente de mundo e também passei a reconhecer os meus privilégios, mesmo sendo uma pessoa trans", comentou.

Assim como a maioria das candidatas do Born to Fashion, Cecília não teve apoio da família ao iniciar o processo de transição e até hoje enfrenta resistência, principalmente de sua mãe.

"Foi um momento muito complicado e muito sensível o início de minha transição, passei por coisas muito delicadas. No final de 2018 eu fiz uma viagem para ficar comigo mesma e saber se era isso mesmo que eu queria. Fiquei super sensível, porque é um momento de muita transformação interior e também exterior", analisou.

Com a vitória no Born to Fashion, Cecília ganhou um ano de contrato com uma das maiores agências do ramo e a capa da edição digital da revista Harper's Bazaar.

Um pouco travesti?

Por se tratar de um programa da TV a cabo e também por "afrontar" a audiência conservadora, o Born To Fashion atraiu um público majoritariamente LGBTQ+, mas conseguiu transbordar de sua bolha com uma aula de educação social que as concorrentes deram ao estilista Alexandre Herchcovith, que acabou viralizando.

Convidado para bater um papo com as dez aspirantes a modelo, Herchcovith tentou fazer uma piada ao se autodeclarar "um pouco travesti". Na mesma hora foi interrompido pelas competidoras, que não gostaram da brincadeira e o ensinaram que o gracejo havia sido uma manifestação transfóbica.

"Quando a gente tentar passar uma mensagem que fala esse tipo de coisa, é educativo, não era uma forma de ataque. E isso aconteceu de uma forma perfeita. A gente só queria passar uma mensagem de que aquilo não estava certo. As meninas ficaram muito assustadas com a repercussão, porque a fala da Natt Maat [concorrente] pareceu um ataque, mas não foi isso", explicou.

Aa situação constrangedora com Alexandre Herchcovith fez o reality se tornar o assunto mais comentado no Twitter em 12 de setembro. Embora as participantes do Born to Fashion tenham se assustado com a repercussão, ficaram felizes com o alcance da mensagem que queriam passar.

"Foi importante isso acontecer, porque a mensagem reverberou. Acontece bastante de alguém falar que só porque usou muita maquiagem está parecendo travesti. Tem um conceito transfóbico por trás deste comentário. Mas ele entendeu nossas colocações e foi bastante receptivo", afirmou.

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