BROLY
Divulgação/Toei Company
O personagem Gogeta, fusão de Goku e Vegeta, enfrenta o vilão Broly no novo filme de Dragon Ball
REDAÇÃO
Publicado em 18/1/2019 - 5h24
Lançada no Brasil no dia 3, a animação Dragon Ball Super: Broly já passou de 1 milhão de espectadores nos cinemas. Nos Estados Unidos, a expectativa é que arrecade cerca de US$ 11 milhões (R$ 41 milhões) neste fim de semana. Os resultados indicam um novo fôlego para a franquia japonesa, iniciada em 1984 e que já faturou R$ 86 bilhões graças ao impulso da exibição na TV.
Em seu país de origem, o longa também quebrou recordes, arrecadando R$ 32,7 milhões em um fim de semana. Com isso, Broly caminha para se tornar a maior bilheteria da franquia na história. O bom desempenho é ainda mais notável se considerado que esse já é o vigésimo longa animado da saga de Goku e companhia.
Dragon Ball teve início em 1984, quando Akira Toriyama publicou o primeiro mangá (história em quadrinho japonesa) da franquia. Mesmo tanto tempo depois, o criador ainda mantém seu envolvimento com a saga: o roteiro de Broly, por exemplo, é dele.
Mas a franquia se tornou maior do que seu criador. Os personagens já estrelaram séries animadas na TV, mais de 80 games, livros, CDs com a trilha sonora dos desenhos, cards colecionáveis, bonecos e até atrações em parques de diversão.
Com tantos produtos, Dragon Ball arrecadou aproximadamente US$ 23 bilhões (ou R$ 86,7 bilhões) no mundo todo. É o suficiente para colocá-lo entre as 15 franquias mais lucrativas da história, à frente até da boneca Barbie (US$ 22 bilhões), de O Senhor dos Anéis (US$ 19,9 bilhões) e de Pernalonga e sua turma (US$ 14,2 bilhões).
Na TV brasileira, Dragon Ball Z (segunda série da franquia) fazia parte da grade da Rede Brasil até dezembro do ano passado, quando o canal rompeu a parceria com a Toei Animation. O desenho também já foi exibido na Globo e na Band. Na TV paga, o Cartoon Network transmite Dragon Ball Super, a quarta série da saga.
divulgação/20th century fox
Emmy Rossum e Justin Chatwin no filme Dragonball Evolution, que quase matou a franquia
Batalha de poderosos
No longa atualmente nos cinemas, Goku e Vegeta descobrem que o vilão Freeza roubou seis das sete Esferas do Dragão (as tais Dragon Balls que dão nome à franquia) e entram em ação para impedi-lo de completar a coleção. A missão é interrompida pelo poderoso Broly, e os três entram em uma grande batalha.
A história, bem aceita pelos fãs e elogiada pela crítica, é uma boa oportunidade da franquia apagar de vez o ponto mais baixo de sua história, o longa Dragonball Evolution (2009), uma criticada produção norte-americana que colocou atores de carne e osso como os personagens da animação.
Apesar do bom elenco, que incluía Justin Chatwin e Emmy Rossum (ambos de Shameless), Jamie Chung (de The Gifted) e James Masters (de Buffy), o filme foi detonado e é constantemente lembrado em listas dos piores da história.
Até o roteirista de Evolution, Ben Ramsey, reconheceu que a produção foi um erro. Sete anos depois do lançamento, ele escreveu uma carta em que se desculpava com os fãs. "Eu aceitei o projeto por causa do pagamento, não era fã da franquia. E aprendi que quando você faz algo sem paixão, o resultado é um lixo. A culpa é toda minha, e sinto muito que o filme tenha decepcionado tanto os fãs."
O contrato dos atores para fazer três longas (com possibilidade de uma história contada em até sete partes) foi prontamente cancelado após o fracasso e a ideia da 20th Century Fox de produzir uma continuação acabou engavetada.
O cenário é muito diferente com Dragon Ball Super: Broly. No Brasil, o sucesso é tamanho que a animação já tem mais público do que O Retorno de Mary Poppins, superprodução da Disney que conta com um investimento milionário em propaganda. Detalhe: o longa com Emily Blunt estreou duas semanas antes e, mesmo assim, tem um terço do público da animação japonesa.
Broly deve superar até o premiado Nasce uma Estrela, que foi visto por 1,4 milhão de espectadores no país durante 14 semanas. Virar a página da fracassada adaptação americana e conquistar um novo público seria uma história de superação muito maior do que a contada no filme com Lady Gaga e Bradley Cooper, não?
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