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GUERRA DO STREAMING

Netflix minimiza concorrência e acusa Disney+ de 'inflar' número de assinantes

Divulgação/Netflix

Anya Taylor-Joy em O Gambito da Rainha, da Netflix

Anya Taylor-Joy em O Gambito da Rainha, da Netflix; guerra do streaming virou batalha de xadrez

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 24/1/2021 - 7h10

A guerra do streaming virou uma partida de xadrez, com cada movimento friamente planejado. O sucesso do Disney+, que fechou 2020 com 87 milhões de assinantes, fez a Netflix mover suas peças para uma posição ofensiva e alegar que o número de clientes conquistados pela nova plataforma, na verdade, não é bem esse.

"Não quero desmerecer o que a Disney conseguiu, porque é incrível e eu mesmo sou um cliente satisfeito, mas 30% desses 87 milhões de assinantes vieram do Hotstar [streaming lançado em 2015 na Índia e assimilado pelo Disney+ em abril de 2020]", alfinetou Spencer Wang, vice-presidente de finanças e relações com investidores durante a tradicional reunião trimestral que a plataforma promove com seus acionistas.

Segundo Wang, em vez dos 87 milhões de clientes que a empresa do Mickey Mouse afirmou ter conquistado para o Disney+ entre novembro de 2019 e dezembro de 2020, "apenas" 60 milhões seriam de fato novos, com os outros 27 milhões herdados do Hotstar.

"Nós ganhamos cerca de 40 milhões de assinantes só no ano passado. E nossa receita por usuário é quase o dobro ou mais do que o dobro [da deles]. Então, se você considera esses fatores, e o fato de que temos uma penetração global maior, nós estamos muito felizes com os nossos resultados", finalizou o vice-presidente de finanças.

Enquanto Wang partiu para o ataque, os chefões da empresa, Reed Hastings e Ted Sarandos, preferiram uma posição mais conciliadora. "Eu acho muito impressionante o que a Disney conseguiu. Isso mostra que os clientes estão dispostos a pagarem mais por novos conteúdos porque estão famintos por boas histórias. E assim nós ficamos animados para investir mais, aumentar nosso orçamento. Vai ser ótimo para o mundo ter a Netflix e o Disney+ competindo série por série, filme por filme", discursou Hastings.

O CEO da plataforma não escondeu, no entanto, que quer levar a batalha com a Disney para uma área dominada pela concorrente há quase um século. "Queremos alcançá-los nas animações familiares, talvez até ultrapassá-los. E vamos manter nossa liderança em entretenimento geral, com projetos bem estimulantes como Bridgerton --que eu não acho que você vai ver no Disney+ tão cedo", provocou.

Já o chefe de conteúdo citou o Natal do ano passado como uma prova de que há espaço para vários serviços concorrentes. No mesmo dia, o HBO Max liberou Mulher-Maravilha 1984 para assinantes nos Estados Unidos, o Disney+ disponibilizou a animação Soul, e a Netflix apostou na já citada Bridgerton, tão bem-sucedida que já foi renovada para a segunda temporada.

"Isso prova que existe um apetite imenso para bom entretenimento, de todos os tipos. Nosso objetivo sempre foi produzir a sua série favorita, o seu filme predileto. Outros vão tentar fazer isso também, e as pessoas vão suplementar sua assinatura da Netflix para ter acesso a esse conteúdo, o que eu considero uma dinâmica muito saudável", minimizou Sarandos.


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