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DA CRIADORA DE GREY'S ANATOMY

Novo drama da Netflix, Bridgerton é Gossip Girl nos tempos de Jane Austen

Divulgação/Netflix

Regé-Jean Page e Phoebe Dynevor se olham em cena da primeira temporada de Bridgerton

Regé-Jean Page e Phoebe Dynevor formam o casal protagonista de Bridgerton, nova série da Netflix

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 25/12/2020 - 6h45

Primeiro fruto da parceria milionária entre Netflix e Shonda Rhimes (criadora de Grey's Anatomy), o drama de época Bridgerton estreia nesta sexta-feira (25) no catálogo da plataforma com potencial para se tornar um dos grandes sucessos do serviço. A nova série mistura elementos de Gossip Girl (2007-2012) com romances de Jane Austen (1775-1817) e entrega um romance divertido e despretensioso para terminar 2020 com o escapismo perfeito.

Baseada na série de livros escrita por Julia Quinn, a produção acompanha a história de Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), filha de uma das mais poderosas famílias de Londres do início do século 19. A trama começa no ano de 1813, mais precisamente no início da temporada de apresentação das jovens da aristocracia britânica.

Esse período nada mais é do que uma época de incontáveis bailes de gala para que os homens do período regencial encontrassem as mulheres perfeitas para casar. No caso de Daphne, criada e preparada para esse momento desde pequena, o maior problema é entrar em uma relação sem amor. Para ela, o objetivo sempre foi encontrar seu par perfeito.

Não bastasse a pressão da mãe para que encontre um marido, Daphne ainda precisa lidar com as exigências do irmão, Anthony (Jonathan Bailey). Naquela época, os homens ainda eram tratados como chefes de família, e as mulheres ficavam submissas às suas vontades --e o primogênito dos Bridgerton não permite que ela case com qualquer um.

Para piorar a situação da moça (e de todas as pessoas de Londres), um pequeno tabloide de fofocas da sociedade começa a ser misteriosamente distribuído. A responsável chama-se Lady Whistledown, uma "sombra" incômoda da aristocracia que prova saber os segredos de todos. Aqui, a fofoqueira ganha a voz de Julie Andrews, assim como Kristen Bell viveu a narradora fofoqueira de Gossip Girl.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Os integrantes da família Bridgerton

Uma grande diferença entre Bridgerton e o drama teen dos anos 2000 é que Lady Whistledown torna-se parte essencial da trama. O mistério sobre sua identidade é explorado durante toda a primeira temporada, enquanto a Garota do Blog era apenas uma espectadora da série da rede The CW.

É a pressão causada pelo jornal de fofocas que faz com que Daphne acabe se aproximando de Simon Basset (René-Jean Page), um solteirão convicto e amigo de Anthony que retornou a Londres para assumir o posto de Duque de Hastings após a morte de seu pai.

Determinado a não se casar, Simon faz uma proposta indecente (para os padrões da época) a Daphne: se eles fingirem estarem se cortejando, o rapaz conseguirá afastar a abordagem de possíveis sogras, enquanto a jovem se tornará alvo de vários pretendentes --além de chamar a atenção da rainha Carlota (Golda Rosheuvel).

Familiar? A própria Netflix tem em Amor com Data Marcada (2020) uma trama parecida: dois jovens que se unem com um objetivo em comum e acabam se aproximando no processo. O grande mérito de Bridgerton, adaptado pelo showrunner Chris Van Dusen, é abraçar seu lado cafona sem perder a qualidade. Para o bem e para o mal, a série é uma deliciosa salada de clichês.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

A rainha Carlota de Bridgerton

Coadjuvantes adoráveis

Mesmo que a trama principal gire em torno do romance entre Daphne e Simon, a série conta com o carisma de vários personagens secundários que tornam a narrativa mais emocionante. No caso, grande parte do núcleo da família Bridgerton ganha seu espaço para brilhar.

Anthony, responsável pelos negócios do clã após a morte do pai, vagueia entre o irmão preocupado e o macho ignorante, mas sem pender para a vilania; Eloise (Claudia Jessie) é a inteligente e moderna da família que despreza as regras impostas pela sociedade, além de se tornar obcecada por descobrir a identidade de Lady Whistledown. Colin (Luke Newton) e Benedict (Luke Thompson) têm menos destaque, mas não passam despercebidos.

Uma característica da série que pode parecer incomum para o público é a falta de um vilão clássico. Na Londres de Bridgerton, todos têm virtudes e defeitos, uns com mais, outros com menos. Por conta disso, é fácil simpatizar até com os personagens mais irritantes da narrativa.

Com uma história de amor verdadeiro nos tempos antigos que deixaria Jane Austen orgulhosa, a série tem como principal diferença para outras produções do gênero a escolha certeira em derrubar as diferenças raciais. Em Bridgerton, brancos e negros dividem a sociedade londrina como iguais, o que permite que personagens como Simon e Lady Danbury (Adjoa Andoh) tenham destaque entre os aristocratas.

A decisão do showrunner de mudar a etnia de personagens da obra original permite que Bridgerton não se torne refém de sua época. A história do mundo não foi totalmente reescrita na narrativa, e a série faz questão de explicar suas mudanças, mas apenas para melhor situar quem está a acompanhando.

Em um ano como 2020, acrescentar um produto como Bridgerton em sua reta final mostra que a Netflix e a produtora Shondaland tinham consciência de que seu público precisava de um romance bobo e adorável para servir como escapismo e, assim, entrar em 2021 com as energias renovadas.

Assista ao trailer legendado:


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